Justiça – HOSPITAIS DO COMPLEXO FAMEMA SÃO CONDENADOS A INDENIZAR VÍTIMAS

Hospital Materno-Infantil, no centro de Marília, onde Enzo foi atendido (FOTO: Arquivo)

Homem morreu após injeção errada e criança perdeu a visão, o que poderia ser evitado com exame preventivo

Depois da condenação do Hospital das Clínicas (HC) e do Estado ao pagamento de indenização de R$ 140 mil a familiares de José Gama de Souza, que morreu após receber injeção errada, agora foi a vez de outra unidade do Complexo Famema. Decisão da Vara da Fazenda Pública de Marília condenou o Hospital Materno-Infantil (HMI) a pagar indenização por danos materiais, morais e pensão vitalícia a criança que ficou cega por negligência hospitalar após o parto.

MATERNO – O juiz Walmir dos Santos Cruz seguiu parecer do promotor de Justiça Isauro Pigozzi Filho, pela condenação do HMI. A menina E.L. passou pela 1ª avaliação oftalmológica em maio de 2014 e deveria ter feito a 2ª entre “3 a 4 semanas” depois, o que não ocorreu. Ela recebeu alta sem repetir o exame. “Não foi observado o dever de cautela e da previsibilidade no período em que esteve internada”, diz a sentença. Só em 26/6 houve tentativa de realizar o exame, “sem sucesso, por ausência de dilatação”. O juiz concluiu que o hospital deixou de cumprir lei que obriga fazer o exame em recém-nascidos para evitar o que E.L. desenvolveu: retinopatia da prematuridade.

A decisão fala em “conduta omissiva” e “evidente prejuízo material e moral” da vítima, que “deve ser ressarcida”. E condenou o HMI ao pagamento de R$ 9.385,00 por dano material (para cobrir custos com medicamentos, consultas, exames, locomoção, alimentação); 100 salários mínimos (cerca de R$ 100 mil) a título de indenização moral; e pensão vitalícia de 1 salário mínimo mensal (para alimentação, moradia e vestuário da vítima, pois “os laudos indicam que as consequências da cegueira a acompanharão por toda a vida”).

idoso morreu após tomar injeção errada no HC; médicos foram excluídos da condenação (FOTO: HoraH)

CLÍNICAS – Anteriormente, o HC fora condenado pelo mesmo juiz a indenizar a mulher e os 13 filhos de José Gama de Souza, que faleceu aos 72 anos, em 2011, após tomar injeção com fosfato de potássio, ao invés de água destilada. Cada um deles receberá R$ 10 mil, segundo a sentença, que é de 1ª instância e, portanto, passível de recurso. Os médicos foram excluídos do processo, visto que a prescrição dos medicamentos estava correta, mas foi trocada na hora da aplicação.

HORAH – Você sabe das coisas