Advogado consegue habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para libertar o idoso Wilson Callera, 75 anos, preso preventivamente na cadeia pública de Gália, região de Marília, desde 14 de abril. Ele é acusado de causar a morte de Edna Nabas Soares, 43, e do enteado dela, Gustavo Henrique de Oliveira da Silva, 12, durante ultrapassagem em local proibido na BR-153, sobre a ponte do rio Tibiriçá. Para o advogado Ricardo Carrijo Nunes, foi “um típico caso de imprudência”.
O pedido havia sido negado no Tribunal de Justiça (TJ) de SP, o que levou o advogado a recorrer ao STJ. A argumentação foi a mesma: que o caso não devia ser tratado como homicídio doloso, quando se assume o risco de matar, mas, sim, como homicídio culposo na condução do veículo. Ricardo sustentou que a prisão do idoso neste momento seria medida “desproporcional”, visto que não se discute culpa consciente ou dolo eventual.
A alta velocidade relatada no momento do acidente, na tarde daquela 6.a feira, e o fato da habilitação do idoso estar vencida desde 2020 não teriam sido suficientes para caracterizar dolo, argumento aceito pelo STJ. “Em que pese a falta de cuidado em sua conduta, em momento algum o mesmo (o idoso) anuiu com o resultado ou o ignorou”, defendeu o advogado.
Edna e Gustavo viajavam de Rio Preto para Marília, onde a mulher acompanharia o casamento da filha Letícia. Imagens feitas no local do acidente mostram o VW Gol dirigido pelo idoso fazendo uma ultrapassagem em local proibido; na tentativa de evitar uma colisão frontal, Edna desvia o Toyota Corola que dirigia, mas perde o controle da direção, bate na mureta de proteção da ponte e acaba atingindo em cheio o caminhão que era ultrapassado por Wilson. Edna e o enteado morreram no local; o idoso foi localizado e preso na casa dele, na Fazenda do Estado, próxima ao local do acidente.
(c/ informações da redação HORAH e Jornal do Povo Marília)
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