A Câmara Municipal recebeu um novo pedido de abertura de Comissão Processante (CP) desta vez contra os vereadores Danilo Bigeschi (PSB) e Luiz Eduardo Nardi (Podemos). O pedido foi realizado nesta quarta-feira (21).
O pedido de CP foi feito por Francisco José Eufrázio de Sousa, um advogado de São Paulo. A denúncia trata-se de um suposto favorecimento de Danilo Bigschi na indicação da empresa.
Os documentos enviados ao Poder Legislativo denunciam a contratação sem licitação em 2014, ano em que o vereador Luiz Eduardo Nardi era presidente da Câmara.
No episódio, Nardi autorizou a contratação com dispensa de licitação de Kao Sistemas de Telecomunicações Ltda., de Fauzi Fakhouri – cunhado de Danilo Bigeschi – na época Bigeschi ainda não era vereador.
O serviço era a preparação de relatório mensal de uso de telefone fixo e móvel e prestar assessoria na elaboração de edital, para que a Câmara pudesse contratar serviço de telefonia com maior economia.
O documento do pedido de CP foi distribuído aos vereadores. Eles decidirão na próxima sessão ordinária, na segunda-feira (26), se abrem ou não o procedimento que poderá resultar na cassação dos mandatos dos parlamentares.
Operação Reboot
O nome de Fauzi Fakhouri também tem uma relação antiga com o parlamentar Danilo Bigschi. Ambos estão envolvidos em outro escândalo deflagrado em uma investigação na Polícia Federal.
O caso trata-se de um esquema de fraudes e superfaturamento no processo de aquisição de tablets pela Secretaria de Saúde de Marília em 2016.
Entre os acusados estão o empresário Fauzi Fakhouri Junior, o vereador Danilo Augusto Bigeschi (PSB) e o ex-secretário de Saúde Hélio Benetti.
Os cálculos apontam que a compra dos aparelhos, financiada com recursos federais, gerou um prejuízo de R$ 630,3 mil.
O outro lado
Em contato com o vereador Danilo Bigeschi, o parlamentar se defendeu do pedido de CP.
“É mais um ataque político às vésperas da eleição para usar a câmara como palco de ataques pessoais, são denúncias de anos atrás quando eu nem era vereador, e que já foram amplamente investigadas. Estive todos esses anos a disposição, reafirmo meu compromisso com a verdade, nunca participei de processos licitatórios, sou servidor público concursado na saúde há mais de 20 anos, tenho ficha limpa e plena confiança na Justiça”, notificou o vereador.
O vereador Luiz Eduardo Nardi (Pode) alegou que o pedido de CP é uma política rasteira.
““Totalmente descabida. Um contrato normal. Legal. Aprovado no Tribunal de Contas. Não existe nenhuma discussão sobre a contratação que eu fiz. É preciso deixar bem claro que eu contratei um serviço, um relatório, um estudo sobre telefonia móvel na Câmara Municipal. Não tenho nada com tablets. Isso é política rasteira e sem sentido”, se defendeu o parlamentar.
Horah – Você bem informado