– “Quando eu vi que cortou o meu pescoço, consegui bater a mão e tirar a linha. Inclusive cortei até os dedos da mão. Aí começou a vazar muito sangue e bateu aquele desespero, porque a gente vê o que acontece por aí. Foi a mão de Deus que me livrou de algo pior”.
A narrativa é de Adriano Pedroso, 40 anos, que complementa a renda como entregador de lanches e estava trabalhando na 4ª feira (19) à noite, quando uma linha de pipa com cerol estava atravessada no caminho dele, em bairro da Zona Norte de Jaú. “Por centímetro que não corta a traqueia, jugular… A essa hora eu podia não estar mais aqui”, acrescentou.
Adriano é casado e pai de uma filha. Assim que voltou para a lanchonete, o proprietário, que além de comerciante também é enfermeiro, viu a gravidade do corte e a necessidade de cuidados médicos. “Levei seis pontos”, disse Adriano, que agora exibe curativo no pescoço e também na mão usada para segurar a linha com cerol.
DESABAFO – “Vc seu infeliz que solta pipa com essa desgraça de linha com cerol fique sabendo que vc quase matou meu entregador”, postou Giuliano Russomano nas redes sociais, tão logo Adriano seguiu para atendimento na Santa Casa de Jaú. “Um trabalhador pai de família que está dando duro a noite pra complementar seu orçamento”, escreveu, lembrando que Adriano podia ter tido “o pescoço decepado”.
Ambos falaram ao HORAH sobre o ocorrido. “Todo moleque brinca com pipa. Eu também brinquei. Essa é uma brincadeira antiga, mas precisa ser feita sem essa porcaria de cerol”, disse Giuliano. Adriano seguiu na mesma linha, pediu responsabilidade para evitar novos acidentes e até tragédias, e, apesar de “achar feia” a antena no guidão da moto para evitar linha de pipa, disse que “hoje mesmo” vai instalar o equipamento.
HORAH – Jornalismo com Responsabilidade
