
Uma manobra rápida dos vereadores da oposição garantiu a rejeição do projeto de lei que criava a Secretaria do Bem-Estar Animal na estrutura administrativa da prefeitura de Pederneiras, região de Bauru. A sessão da câmara se arrastou até por volta das 22h30, dedicando boa parte do tempo ao debate da criação da nova secretaria. Além de um parecer pela inconstitucionalidade da proposta, a oposição criticava a criação de mais cargos e conflitos claros no texto do projeto.
Para evitar um empate no plenário e o voto de desempate do presidente da Casa, vereador Danilo Alborghetti, que seria favorável ao projeto, vereador Prof. Marildo se absteve de votar na última hora. O resultado foi quatro a três a favor do projeto, que, entretanto, precisava de cinco votos para ser aprovado; dessa maneira ele foi rejeitado e enviado ao arquivo. A maior frustração foi do vereador Bacana, aliado da prefeita Ivana Camarinha, que seria presenteado com o cargo de secretário da nova pasta.


“Quem vai ser o secretário? Se todos os outros cargos nós já temos prestando serviço dentro da secretaria do Meio Ambiente, porque nós vamos precisar de uma outra secretaria? Só pra ter um secretário a mais?” — questionou a vereadora Angela Vermelho. Já o vereador Val Grana se apoiou em dados mais técnicos, citando a estrutura administrativa da nova secretaria, conforme previa o projeto, com cargos de diretor de proteção animal e de coordenador de bem-estar animal, além do secretário.
No anexo que determinava as funções de cada um na pasta, apareciam supervisores. “Que supervisores, se no projeto não tem criação de cargo de supervisor? Quem é o supervisor? Diante de tudo isso não dá pra votar esse projeto” — concluiu. Segundo Val, o projeto estava “cheio de erros, armadilhas e era totalmente inconstitucional. Quando se diz que a câmara é um circo, logo me vem à mente as marionetes, porque há quem se deixe levar por pequenas barganhas”.
Os argumentos e a estratégia da oposição desconstruíram a afirmação da extrema necessidade de desmembrar os serviços de proteção animal da secretaria do Meio Ambiente, criando uma nova pasta com a única finalidade, pelo visto, de contemplar um aliado político na câmara. Não vingou. “Estávamos atentos. Se empata, quem ia decidir era o presidente, e ele ia votar a favor”, comentou Prof. Marildo no final da sessão.

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