Moção de Repúdio a prefeito e secretário é resposta a descaso com esportes paralímpicos

Bill ficou inconformado com a rejeição do Centro Paralímpico em Jaú (FOTO: Reprodução/TV Câmara)

“Eles achavam que eu estava brincando”, respondeu Bill Luchesi, professor de Educação Física, apoiador dos esportes paralímpicos e vereador à Câmara Municipal de Jaú, quando questionado sobre a reação no Ministério da Cidadania à informação de que a Secretaria de Esportes havia rejeitado a instalação de um Centro de Referência Paralímpico na cidade. “Geralmente as cidades vão até o Ministério, brigam, fazem proposta de locais, dão toda a estrutura e nem sempre conseguem; nós conseguimos e a administração simplesmente não aceitou o Centro”, comentou.

A decepção de Bill foi expressada primeiramente na tribuna da Câmara, onde não poupou críticas ao secretário Carlos Oliveira, e, agora, com a Moção de Repúdio nº 54/2023 contra o prefeito Jorge Ivan Cassaro e o titular do Esporte, que está na pauta dos trabalhos desta 2.a feira (4). Até então integrante fiel da base aliada à administração na Câmara, de agora em diante Bill reforça a postura “nem de oposição nem de situação”, mas dá pistas da nova postura política na entrevista exclusiva ao HORAH: “Não tenho cargo indicado (na prefeitura), não tenho benfeitorias pra mim, não tenho nada (que me prenda ao governo)”.

Recado direto ao prefeito Jorge: “Não tenho cargo indicado, não tenho nada (que me prenda ao governo)” (FOTO: Reprodução)

Bill trabalhou oito meses para conseguir o Centro Paralímpico de Jaú, que seria o 29.o do País; o então ministro Ronaldo Bento já havia assinado a papelada e indicado os professores e um coordenador, tudo acompanhado pelo secretário Oliveira. “De repente, a gente fica sabendo que não poderia ser no Balneário (Aristides Coló, local escolhido e vistoriado para abrigar o Centro), e, depois, em nenhum outro lugar. Ficou a promessa de ver, ver, ver e nós estamos esperando ver até agora”, lamentou o vereador.

A alegação oficial da secretaria foi que o Balneário já está abrigando todas as escolinhas de esportes da cidade e que os ginásios esportivos estão em reforma. “Foi a desculpa que deram, sendo que eu já tinha dado outras alternativas como o antigo Banespinha, o complexo da Vila Netinho e outros. Fui falar com o prefeito e ele falou que ia conversar depois, e estou esperando a conversa até hoje”, acrescentou Bill. Ele lembrou que a prefeitura já havia rejeitado a escolinha de Saltos Ornamentais e que a piscina municipal, reformada com verba parlamentar obtida com participação dele, “está pronta, já poderia estar sendo explorada, mas continua parada”.

A soma de todas essas decepções do defensor das causas das pessoas com deficiência e dos esportes paralímpicos levou à Moção de Repúdio e à nova postura política na Câmara de Jaú. “Acabaram com mais esse sonho que estávamos realizando”, concluiu em relação ao Centro Paralímpico, comentando sucessivas conquistas dos atletas jauenses apesar do descaso da administração municipal.

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