Morre mulher que caiu em veículo da Saúde, sofreu fraturas e não andou mais

Eliete (de máscara) durante visita à irmã Elisabete no abrigo onde passou o último ano, após o acidente no microônibus da Saúde (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Elisabete de Fátima Muriano faleceu às 5h30 deste domingo e foi sepultada às 16h30 em Jaú. Ela tinha 67 anos e deixou de andar dia 6 de outubro do ano passado, depois de cair dentro de microônibus da Secretaria da Saúde ao ser transportada de maneira inadequada para Botucatu, segundo os familiares, onde seria consultada por um pneumologista. Elisabete fraturou o fêmur e foi submetida a cirurgia em Botucatu mesmo, dado o estado crítico de saúde dela, que pesava menos de 30 kg e havia tido um AVC.

Elisabete, depois de voltar de Botucatu, para onde foi levada pela Secretaria da Saúde de Jaú de maneira inadequada (FOTO: Arquivo pessoal/Reprodução)

Transferida para Jaú, a paciente passou mal em casa e a família teve de se mobilizar inclusive por meio da imprensa para que a Secretaria da Saúde a amparasse. Levada ao hospital, permaneceu internada cerca de 60 dias. Nesse meio tempo a prefeitura sempre se recusava a dar o atendimento necessário à paciente, mesmo estando claro que ela estava sob responsabilidade da Saúde quando se acidentou. A família ingressou com ação de obrigação de fazer contra a prefeitura e conseguiu decisão favorável para que Elisabete fosse acolhida em um abrigo, e recebesse o atendimento que precisasse pelo tempo que fosse necessário.

Sem andar mais, sem falar e muito debilitada, levou meses até que o quadro clínico da paciente melhorasse. Antes do acidente no microônibus (ela devia ter sido transportada de ambulância, em maca, e não sentada), Elisabete andava, se alimentava e fazia a higiene pessoal sozinha. “É uma tristeza ver como ela está agora”, declarou naquela época a irmã Eliete Muriano Arietti, a mesma que foi à Justiça contra a prefeitura. Na ocasião, ela disse ao HORAH que havia conseguido provar a responsabilidade da prefeitura e que “não estava mentindo, que houve um erro muito grande que comprometeu a vida da minha irmã”.

Há dois meses Elisabete foi diagnosticada com um câncer na face e, mais recentemente, estava no tratamento paliativo (para suportar a dor). “Achei justo compartilhar com vocês que tanto nos ajudaram”, mandou mensagem para o HORAH em 25/11, ao saber que o caso era muito grave e que os médicos pediram que a família se preparasse para o pior. “A batalha foi longa e difícil. Que Deus dê conforto a ela”, acrescentou. Neste domingo, Eliete fez novo contato para informar o falecimento de Elisabete, e chorou.

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