BERÇO E ATÉ CARRO SÃO ARRASTADOS PELA FORÇA DA ENXURRADA; SÃO CRISPIM É AFETADO NOVAMENTE
De pedaços de móveis a blocos de concreto, asfalto, um berço e até carro, a força da água arrastou o que estava pelo caminho na chuva forte da 6ª feira (17) à tarde, em Jaú. Curiosamente, os pontos de alagamento mais graves são velhos conhecidos da população: acesso ao Jardim São José, caminho do Novo Horizonte e, claro, São Crispim – sinal de que as lições dos anos anteriores pouco adiantaram.
“Outra vez a minha rua ficou parecendo um rio. Teve um homem que tentou atravessar e voltou pra não ser arrastado pela enxurrada”, contou Sueli Aliotto Lopes, que junto com o marido toca um mercadinho na frente da residência. A água só não invade tudo porque o casal assentou tijolos na calçada, fazendo uma espécie de comporta para barrar a água. “Ainda assim, tem o vizinho Eliseu que sempre ajuda a gente a segurar umas tábuas que impedem a água de entrar”.
Foi dona Sueli que viu o berço descer na enxurrada. “Pior que a água vem misturada com esgoto, então fica um mau-cheiro insuportável”, disse. É pela rua da casa dela, a Maria de Lourdes Garcia Quevedo, que corre todo o aguaceiro que vem dos bairros acima, como Lion, Olímpia e outros. “Já falei com todo mundo, cansei de pedir… Precisa conter essa água lá em cima, porque quando ela chega aqui embaixo passa por cima de tudo”, explica.
As obras de drenagem iniciadas no governo Rafael Agostini, aditadas na administração Ivan Cassaro e ainda não concluídas, pouco adiantaram. “No meu caso não serviu pra nada. Serviu lá pro condomínio (Vila Real) e para os vizinhos do ‘murão’ (divisa do condomínio)”, disse ao HORAH. Até o asfalto feito perto da casa dela, que fica a 150 metros do ‘murão’, a enxurrada arrancou. “Quando dá um relâmpago a gente corre pra casa porque lá vem problema”.
Na Câmara, a oposição apresentou requerimentos de informações sobre a obra de drenagem. Por ser licitada, a fiscalização cabe ao município, mas as dúvidas são enormes – por exemplo: em setembro um trabalhador morreu soterrado e ainda não se sabe se a prefeitura acompanhava os serviços adequadamente, inclusive o uso de equipamentos de proteção. “A obra foi aditada em R$ 1,2 milhão e o prefeito já disse que não vai resolver o problema”, comentou o vereador José Carlos Borgo, admirado com o desconhecimento do chefe do Executivo da necessidade da execução de outro projeto para conter a água que invade o São Crispim.
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