O cerco se fecha: PF pede relatório final e depoimentos sobre licitação dos computadores

Federal manda e-mail ao presidente da Câmara e fica à espera dos documentos (FOTO: TV Câmara/Reprodução)

DELEGADA ENVIOU E-MAIL À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DE JAÚ COM AS SOLICITAÇÕES, PARA CONHECER INVESTIGAÇÕES QUE FORAM ARQUIVADAS POR VEREADORES GOVERNISTAS

O cerco se fecha: Polícia Federal dá andamento à Operação Delete e requer à presidência da Câmara Municipal de Jaú o relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) das Licitações e os depoimentos que foram prestados por cerca de 20 testemunhas, entre secretários municipais, servidores e representantes da empresa que ganhou concorrência para fornecer 150 computadores à prefeitura, no final de 2021. A solicitação é datada da última 6.a feira (19).

O relator da CEI Fábio Souza, o presidente Mateus e o advogado Luís Arato, ex-secretário de Finanças da prefeitura, que foi o 19.o a depor (FOTO: Reprodução)
Policiais deixando a prefeitura após busca e apreensão da Operação Delete da PF e diligência da Polícia Civil local, em abril de 2022 (FOTO: Reprodução)

Por e-mail enviado ao presidente Maurílio Moretti, a delegada da PF de Bauru, Luciane Spadoto Alves, determina o encaminhamento “de cópia do Relatório Conclusivo” da CEI, “bem como de todas as oitivas realizadas”. Segundo o pedido, o objetivo é “instruir os autos” do inquérito instaurado pela PF para “apurar os fatos relativos à Operação Delete”, ou seja, da compra dos computadores a preços acima dos praticados pelo mercado à época, com fortes indícios de direcionamento da licitação e até com interferência de servidores comissionados na elaboração do edital, função exclusiva de funcionários efetivos. Os depoimentos deixaram claro, também, que o prefeito Jorge Cassaro sabia de tudo, até porque acompanhava todas as licitações.

O relatório final elaborado pelo relator Fábio Souza com todos esses apontamentos foi rejeitado por três dos cinco membros da CEI. Votaram pela rejeição e arquivamento do documento os vereadores Maurílio Moretti (atual presidente da Câmara), Lampião (que durante a concorrência era suplente de vereador e estava nomeado no Gabinete) e Bill Luchesi, todos aliados do prefeito de Jaú. “Se eles tivessem aprovado o relatório, todos os documentos já teriam sido enviados e analisados pela Polícia Federal e até pela Justiça, esclarecendo toda esta situação”, comentou o presidente da CEI, Mateus Turini.

Em abril deste ano o Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu parecer em representação sobre a licitação e compra dos computadores com recursos do Fundeb, concluindo pela existência de irregularidades tanto no processo licitatório quanto no contrato de compra dos equipamentos. Pelo mesmo motivo, em abril do ano passado, por solicitação do Ministério Público Federal (MPF), agentes da Polícia Federal deram cumprimento a mandados de busca e apreensão de documentos e computadores em ao menos dois endereços na cidade, entre eles a prefeitura municipal.

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