A prefeita Ivana Camarinha deverá ser convidada novamente para prestar esclarecimentos à Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura o pagamento de aluguel por quase dois anos de um prédio mantido fechado e sem uso em Pederneiras. O imóvel pertence ao antigo Clube Recreativo Comercial (CRC), no centro, já bastante deteriorado; de outubro de 2021 até agora a prefeitura já pagou cerca de R$ 110 mil em alugueis, o que motivou a abertura da CEI pela Câmara Municipal.
“Eu pretendo convidar a prefeita para dar a oportunidade dela se justificar, para depois a gente passar tudo isso pro relatório final”, informou o vereador Prof. Marildo, presidente da CEI do CRC, lembrando que da primeira vez que foi chamada a prefeita alegou compromissos em SP e não compareceu. Essa semana não teve reunião da comissão, que já realizou nove sessões e ouviu praticamente todos os envolvidos no contrato do aluguel, inclusive secretários municipais e o atual presidente do clube, Luiz Antônio Reguine Ramos, o Luizão, que na oportunidade outorgou ao advogado Jayme Cestari Jr o direito de se manifestar por ele.
“Gostaria de ouvir a prefeita para que ela possa explicar em que condições alugou e ainda não foi efetuada a reforma para ocupação do prédio”, reafirmou Marildo. “Com tudo o que já foi falado e toda a documentação apresentada na CEI, já tem embasamento suficiente para fazer o relatório (que caberá ao vereador Bacana). Eu já tenho argumento suficiente para sustentar o meu voto, segundo o meu entendimento”, concluiu o presidente, que em outra ocasião afirmou que o correto seria o clube devolver o que recebeu de aluguel e a Justiça apurar as responsabilidades neste caso.
Autor das denúncias que levaram à CEI, na reunião do dia 10 o vereador Val Grana questionou o poder de Luizão para contratar o aluguel, e o advogado Jayme citou Ata de 2007, registrada em cartório, onde consta a criação de comissão provisória sob presidência de Luizão para dirigir o clube. Contudo, Val lembrou da decisão judicial reconhecendo que a última diretoria vigorou até 2005, que em 2007 foi montada a provisória “exclusivamente para convocar nova eleição”, que em 2022 foi determinado que o clube tivesse uma diretoria, o que só ocorreu em 2023; porém, o prédio foi alugado em 2021, quando ninguém respondia legalmente pelo CRC.
Val tornou a observar que o foco da CEI está em dois pontos: 1) porque a prefeitura continua pagando R$ 6.492,00 de aluguel por um prédio sem uso; 2) se quem assinou o contrato pelo clube tinha poderes legais para isso. O autor das denúncias ainda questiona a intenção anunciada recentemente pela prefeitura de adaptar o prédio para a secretaria do Desenvolvimento Social: “É um prédio velho que não tem acessibilidade nem estacionamento, e que precisa gastar muito com reforma, refazer parte das instalações elétrica e hidráulica; talvez fosse melhor e mais barato fazer um prédio novo, já prevendo tudo isso”.
A próxima reunião da CEI, que também poderá ser a última, deverá ocorrer na semana que vem, mas ainda sem data definida. Primeiro o presidente Marildo quer saber se a prefeita Ivana será mesmo convidada e se terá condições de comparecer, para só depois anunciar os próximos passos da investigação. Além dele na presidência e do vereador Bacana na relatoria, a CEI ainda é composta pela vereadora Ângela Vermelho.
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