Obra do Esgoto – EX-PREFEITOS BULGARELLI E VINÍCIUS NEGAM PROPINA QUE OAS DIZ TER PAGO A ELES

(FOTO: HoraH)

O ex-prefeito Mário Bulgarelli, acusado de ter recebido dinheiro de propina da obra do esgoto para renunciar em 5 de março de 2012, falou por telefone com o HORAH. Ele retornou contato feito pela reportagem, tão logo se tornou pública a delação premiada do executivo da OAS, Léo Pinheiro, preso pela Lava Jato. Bulgarelli negou tudo, afirmou que jamais teve contato com a OAS e que não autorizou ninguém a falar ou negociar em nome dele.

  • Bulgarelli nega ter recebido propina para renunciar e que não autorizou ninguém a falar em nome dele; Ticiano, que era vice, assumiu no lugar do prefeito e fez licitação do esgoto sob pagamento de propina, diz OAS (FOTO: Arquivo/Reprodução)

“Fiquei surpreso com o noticiário, se é que o ‘homem’ da OAS falou no meu nome. Nunca tive contato com ninguém dessa empreiteira, não pedi nem recebi dinheiro e nem autorizei quem quer que seja a falar ou a tratar em meu nome”, argumentou. Bulgarelli disse que retornou todos os contatos da imprensa “antes mesmo de falar com o advogado”, porque “quem não deve, não teme”.

RENÚNCIA – Perguntado sobre os reais motivos da renúncia, o ex-prefeito justificou: “Tinha uma CPI na Câmara e os vereadores iam me cassar. Me antecipei. Tomei a decisão sozinho, eu e Deus. O Ticiano (Toffoli, ex-vice que assumiu no lugar dele) foi o último a saber”. Por fim, falou que autorizará a quebra do sigilo bancário “para provar que não peguei dinheiro nenhum”.

  • Delator Leo Pinheiro entregou Vinícius: ele teria pedido 3% do valor da obra do esgoto em propina, o que é negado pelo ex-prefeito (FOTO: Divulgação)

VINÍCIUS – Já o ex-prefeito Vinícius Camarinha, igualmente consultado pelo HORAH via assessoria, respondeu por meio de nota. Ele alega que não teve nem tem qualquer processo ou acusação sobre propina paga pela OAS; que nunca esteve “com a pessoa de Leo Pinheiro e nunca houve qualquer vantagem indevida”; que o governo dele foi “responsável pela licitação da obra do tratamento de esgoto, portanto, tratativas relativas ao certame se deram em gestões passadas”; e que a rescisão do contrato com a OAS “se deu pelo fato de se confirmar que a empresa estaria na Operação Lava Jato”.

3% DA OBRA – Vinícius também foi delatado por Leo Pinheiro por ter pedido e recebido propina equivalente a 3% do valor da obra, paga em parcelas mensais até março de 2014. A primeira negociação de propina, segundo o executivo, foi com Ticiano e o então presidente do DAEM, Sojinha, atual presidente do MAC, que, ao todo, teriam levado R$ 2,5 milhões – parte destinada à compra da renúncia de Bulgarelli e outra parte à campanha de reeleição de Ticiano, em 2012, via ‘caixa 2’.

HORAH – Você sabe das coisas