Responsável pelas obras, Replan foca na marca de 1,2 mil litros de esgoto tratado/segundo até final de 2020
Com operação experimental iniciada oficialmente na manhã desta 3ª feira (17), a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Barbosa, Zona Sul, permitirá sanear 70% dos dejetos domiciliares de Marília. Esta é a 2ª ETE entregue neste ano – a 1ª foi a do Pombo, Zona Oeste, em junho. Na mesma solenidade, o prefeito Daniel Alonso assinou a Ordem de Serviço para construção da ETE do Palmital, Zona Norte, que levará a cidade à totalidade dos esgotos tratados até o final de 2020.
O FUTURO, HOJE – “Vai melhorar a qualidade de vida e da saúde da população, além de favorecer as indústrias que vão adorar vir para cá com esse quesito tão importante do tratamento do esgoto”, avaliou Mário Herrera, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e responsável pela construção de 6,5 mil casas na cidade. “Essas casas geram um esgoto tremendo, que agora está sendo tratado. Isso para mim é motivo de muito orgulho”, explicou. “Avançamos mais de 100 anos com essa obra. É o futuro, hoje”.
SISTEMA EFICAZ – Ambientalista com atuação há mais de 30 anos, Carlos Botino elogiou: “Essa obra tem um valor inestimável para a cidade. Hoje não dá para sentir o quanto ela é importante, mas no médio prazo vamos notar muita diferença na parte sanitária, na recuperação dos mananciais e do meio-ambiente”. Responsável pelo projeto das ETEs e considerado autoridade no assunto no País, o engenheiro Aluizio Fagundes afiançou que “o sistema (usado em Marília) é muito eficaz” e moderno, que usa processo de ar difuso para manter “uma grande maternidade de bactérias que vão comer o esgoto” e fazer o tratamento. O grau de pureza passa dos 90%.
SONHO E REALIDADE – Diretor da Bacia Peixe-Paranapanema do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Dênis Emanuel de Araújo dirigiu o Departamento de Água e Esgoto de Marília (DAEM) quando os projetos das ETEs foram contratados. “Era um sonho que agora virou realidade. E para uma cidade que tem muitas indústrias de alimentos, isso é importantíssimo”, ponderou. Também ex-presidente do DAEM, José Carlos Bastos, o Beca, ajudou Daniel a recuperar os recursos que permitiram retomar e concluir a obra. “A cidade estava na iminência de perder todos os investimentos já feitos no esgoto e o restante da verba”, lembrou. “Foi mérito do prefeito ter abraçado essa causa com o DAEM e, sem corrupção, fazer essa obra gigantesca gastando um terço do que foi previsto quase 15 anos atrás”, arrematou.
KNOW-HOW – Sem exceção, todos reconheceram a competência da Replan Saneamento e Obras, empresa mariliense que venceu as licitações, concluiu as duas primeiras ETEs da cidade, além de também ficar responsável pela última delas, no Palmital. “Estou realizado”, sintetizou o empresário Reinaldo Pavarini, diretor da Replan. “A empresa está preparada para, em 2020, entregar para Marília 100% do esgoto tratado”. Quando tudo estiver pronto, a Replan vai operar o tratamento de 1.200 litros de esgoto/segundo. “Vamos ter o know-how, o atestado de capacidade técnica que poucas empresas têm no Brasil”, avaliou, com indisfarçável ar de felicidade.
ÁGUA LIMPA – Mas ninguém superou a alegria de Daniel ao acionar o bombeamento do esgoto na ETE Barbosa e autorizar a obra do Palmital. “Nós transformamos uma grande dívida em um grande investimento”, disparou o prefeito. A frase pronta foi trocada em miúdos: “60% da água que abastece Marília vinha daqui, do Rio do Peixe, que passa logo ali (apontou) e recebia o esgoto da cidade. A população bebia água de esgoto. Não vai beber mais, agora será água limpa”, festejou. Coube a ele entregar a Obra do Século, prometida e jamais concluída pelos ex-prefeitos dos últimos 30 anos.
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