Os políticos Abelardo e Vinícius Camarinha, pai e filho, enfrentam enxurrada de ações de cobrança de impostos e débitos fiscais da extinta Central Marília Notícia (CMN). O grupo era composto pelo jornal Diário e pelas rádios Dirceu AM e Diário FM, consideradas clandestinas e lacradas com apoio da Polícia Federal. As cobranças já se aproximam dos R$ 5 milhões e parte das ações foi apensada em um só processo, o que favorece a tramitação judicial.
DELAÇÃO – Abelardo e Vinícius sempre negaram a propriedade da CMN, mas ao menos 2 então diretores-proprietários de empresas do grupo declararam ter sido ‘laranjas’ dos políticos na titularidade das mesmas: Marcel Certain e Sandra Norbiato, essa última em delação premiada à Justiça Federal. A partir dessas evidências e da cobrança de dívidas trabalhistas em que eram apontados por ex-funcionários como patrões, os políticos passaram a figurar no polo passivo do grupo e a responder pelas ações.
As rádios e o jornal foram fechados entre o final de 2016 e o início de 2017, sempre com a participação da PF. Houve buscas e apreensões em endereços de Abelardo e Vinícius e até prisões de pessoas ligadas a eles, na ocasião. Das investigações, restaram inquéritos que integram a chamada Operação Miragem, com graves acusações contra os envolvidos em crimes de falsidade ideológica, uso de documentos falsos, sonegação fiscal, evasão de divisas e outros.
A somatória das ações de execução fiscal contra pai e filho na CMN foi divulgada pelo site Marília Notícia. Na publicação, há também a versão atribuída a Vinícius, hoje deputado estadual, alegando que “as questões estão sendo combatidas judicialmente”. O político teria informado, ainda, que já há decisão em Marília indeferindo a inclusão dele e do pai no polo passivo do extinto grupo de comunicação. Por fim, diz estar “confiante na Justiça”.
PROCESSO – A participação de pai e filho e demais investigados nos crimes da CMN voltou a andar na Justiça Federal, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é legal o uso de informações do antigo Conselho de Controle de Atividade Financeira (COAF), hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF), em investigações do MPF, como ocorre em Marília. O processo está na fase de manifestação da Procuradoria da República.
HORAH – Você sabe das coisas