Aos poucos as informações sobre a Operação Tempus Veritatis deflagrada nesta 5.a feira 8 pela Polícia Federal vão sendo reveladas. O documento com a ordem para as buscas, apreensões e prisões realizadas em 10 unidades da Federação afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso à ‘minuta do golpe’ em 2022, chegou a solicitar alterações no texto para suprimir algumas prisões previstas, mas manteve a do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem para a PF agir hoje foi dada por Moraes. O texto cita que “Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto apresentado por Filipe Martins (então assessor especial da presidência) e Amauri Feres Saad para executar um golpe de Estado”, justificado por “supostas interferências do Judiciário no Executivo e, ao final, decretava a prisão de diversas autoridades”. O documento original previa prender, entre outros, os ministros do STF Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O foco principal da ‘minuta do golpe’ estava na manutenção de Bolsonaro na presidência, mesmo tendo perdido nas urnas para o atual presidente Lula, e, posteriormente, a realização de novas eleições. Hoje, endereços de Bolsonaro estavam na lista dos mandados de buscas, com determinação para que o ex-presidente não se ausente do País, apresente o passaporte em até 24 horas e não se comunique com nenhum dos demais investigados.
Bolsonaro já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques e mentiras (Fake News) sobre o sistema eleitoral brasileiro e, atualmente, é alvo de várias investigações em curso no STF; ele já está inelegível até 2030. A operação da PF de hoje foi deflagrada para apurar organização criminosa que teria agido na tentativa de golpe e do fim do estado democrático de direito no Brasil. As informações que serviram de base para as ações de hoje foram colhidas na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
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