Outra CP – ADVOGADO QUER CASSAR MANDATO DE NARDI POR ‘DIRECIONAR LICITAÇÃO’

Depois da professora Daniela, agora é o vereador Nardi que pode sofrer CP na Câmara de Marília (FOTO: Reprodução)

Representação se baseia em denúncia do MP acatada pela Justiça; Nardi nega: “Revanchismo bobo”

Denúncia do Ministério Público (MP) acatada pela Justiça serviu de base para representação do advogado Francisco Eufrázio de Souza, de São Paulo, contra o vereador e ex-presidente à Câmara de Marília, Luiz Eduardo Nardi (Podemos). Ele é acusado de agir para direcionar licitação no Legislativo em 2014, pelo qual o advogado pede instauração de Comissão Processante (CP) com afastamento do cargo e até cassação do mandato de vereador.

Representação pede o afastamento do vereador e cassação do mandato dele (FOTO: Reprodução)

A representação tem 13 páginas e foi protocolada nesta 3ª feira (29), segundo apurou HORAH. Francisco se refere aos fatos como “tamanha vergonha” para o Legislativo, “podendo inclusive o representado (Nardi) e seus colaboradores serem presos pelo delito criminal citado”, instigando a Casa a instaurar a CP, que também deve apurar possível quebra de decoro parlamentar do ex-presidente. Trechos do processo nº 0007735.32.2017.8.26.0344 são citados na representação.

O QUE HOUVE – O vereador é acusado de emitir cartas-convites para interessados em serviços de vigilância na torre de transmissão da TV Câmara, onde estariam equipamentos avaliados em R$ 1 milhão à época, de modo direcionado para que vencesse a empresa Ana Carolina dos Santos Cajuzinho Serviços ME. Apesar de a representação dizer que havia várias outras empresas do ramo na cidade, somente esta teria sido convidada; as outras, de fora, prejudicaram o caráter competitivo do certame, afirma.

O advogado diz que a sede da empresa ganhadora é no endereço do pai de Ana Carolina, César José dos Santos, que por ser militar estadual estaria impedido de registrar empresa em seu nome. Dessa forma, teria usado de declarações falsas em documentos públicos para abrir a empresa em nome da filha e até fazer o cadastro dela nas licitações. Francisco sugere que o então presidente sabia de tudo e adotou “possível conduta criminosa”. A licitação teve valor mensal de R$ 6.551,00 e, no total, de R$ 78.612,00 à época. Pelo Regimento Interno da Câmara, a representação deve ser apresentada ao plenário na sessão da próxima 2ª feira (5).

Datada desta 3.a feira, representação tem 13 páginas e deverá ser levada ao plenário na próxima sessão legislativa (FOTO: Reprodução)

OUTRO LADO – Ouvido por HORAH por aplicativo de WhatsApp, Nardi disse que “essa representação é matéria vencida”, chamou de “”revanchismo pequeno, barato, bobo” e disse que ação civil pública ajuizada pelo MP sobre o assunto “foi julgada improcedente” em Marília e, no Tribunal de Justiça (TJ), tem acórdão (decisão final, já publicada) no mesmo sentido. O que resta agora é ação penal que, segundo Nardi, seus defensores tentam ‘trancar’ com base nas decisões anteriores. Ele sugere se tratar de revanche da vereadora Prof.a Daniela (PL) contra colegas que votaram pela CP em andamento, que apura quebra de decoro parlamentar dela, envolvendo PMs do trânsito (caso que ficou conhecido como ‘escândalo da carteirada’).

HORAH – Você sabe das coisas