Denúncia contra o prefeito Abelardo Simões Filho (MDB), o Abelardinho, foi aprovada por unanimidade em sessão extraordinária na Câmara Municipal de Bariri nesta 2.a feira (11), que desta maneira abriu Comissão Processante (CP) que pode cassar o mandato dele. A base da denúncia são as acusações feitas pelos promotores do GAECO: corrupção passiva, concussão, fraudes licitatória e processual, coação de testemunhas, roubo e outros delitos.
Cidadão baririense, o presidente do sindicato dos servidores municipais Gilson de Souza Carvalho assinou a denúncia. “Fizemos tudo conforme extraído do processo do Ministério Público e relatado pelos promotores do GAECO, para que os vereadores analisassem e votassem”, comentou. A legislação estabelece 90 dias de prazo para a realização da CP, que, ao final, poderá cassar o mandato do prefeito Abelardinho.
Ontem mesmo a Câmara escolheu os membros da CP, por sorteio: a presidência ficou com o vereador Julinho Devides (Cidadania), a secretaria com Renato Proti (MDB) e a relatoria com o oposicionista Edcarlos Pereira dos Santos (PSDB). Edcarlos, aliás, é citado na denúncia do GAECO mandada à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), com pedido de abertura de investigação criminal contra o prefeito Abelardinho, como alvo de suposta agressão encomendada pelo chefe do Executivo, justamente por fazer críticas à administração.
O relator disse que seguirá o rito legal da CP, encaminhando a denúncia ao prefeito em cinco dias e abrindo prazo de mais 10 dias para ele se manifestar. “Depois disso a comissão se reúne novamente para saber se dá prosseguimento ou se arquiva a denúncia. Se optar pelo prosseguimento, dentro de 90 dias a Câmara vai se reunir exclusivamente para votar a cassação ou a permanência do prefeito no cargo; se decidir pelo arquivamento, terá de submeter novamente à Câmara”, disse. “A partir daqui teremos de ser muito técnicos, sob pena de jogar por água abaixo todo o trabalho que já foi feito (…). Vou ter muito foco nesse trabalho e, mesmo sendo vereador de oposição, tenho de fazer um trabalho imparcial para agir com Justiça”.
Até o último momento o chefe de gabinete do prefeito trabalhou para tentar impedir a aprovação da CP, propondo inclusive que se criasse uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), que não leva à cassação de mandato. Em mensagem enviada aos vereadores, Paulo Egídio Grigolin, o Greg, que é vereador licenciado, tentou convencer os parlamentares das vantagens da CEI, alegando que a Processante poderia “desagradar os eleitores” e ainda correr o risco de “atrapalhar as investigações do Judiciário”. Mas não adiantou.
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