Pouca vergonha – AO INVÉS DE CAÇAMBA, BURACO ACOMODA LIXÃO E FOGO FAZ A ‘LIMPEZA’ EM JAÚ

Buraco escavado no chão faz as vezes de uma caçamba, que já existiu no local e foi removida pela Prefeitura: contaminação ainda maior do solo, sem fiscalização (FOTO: HoraH)

Por Hailton Medeiros, editor de HORAH

Lixão a céu aberto virou marca registrada da pouca vergonha e do relaxo total da administração Rafael Agostini em Jaú, às margens da movimentada vicinal que liga a cidade ao distrito de Potunduva, onde residem quase 15 mil pessoas. Antes o local ainda contava com caçamba para recolher o lixo de chácaras e condomínios vizinhos, mas há meses ele passou a ser depositado diretamente no solo; mais recentemente, a ‘solução’ encontrada emporcalhou mais ainda o lugar.

Dentro do buraco, sacos de lixo são queimados diariamente: conivência do Poder Público de Jaú (FOTO: HoraH)

HORAH registrou em fotos o buraco aberto pela máquina que uma vez por mês, em média, é vista amontoando o lixo para remove-lo por meio de caminhão. Com cerca de um metro de profundidade, a escavação tenta impedir que o lixo se espalhe pela pista da vicinal, o que visivelmente não deu certo. Pior: aproxima ainda mais os resíduos e o chorume que escorre deles de eventuais veios d’água e até do lençol freático, sem qualquer providência da Prefeitura, do Ministério Público do Meio Ambiente nem de qualquer órgão de fiscalização.

Queimadas urbanas e em canaviais acontecem diariamente, várias vezes ao dia, sem que nenhuma autoridade se manifeste (FOTO: HoraH)

A reportagem levou o caso à Cetesb Bauru, que alegou redução de funcionários durante a pandemia, que tem dado preferência a ‘casos urgentes’ (como se esse não fosse), mas que se esforçaria ‘para priorizar’ a fiscalização. Tudo devidamente gravado e já apresentado no programa de jornalismo HORAH da Rádio Piratininga de Jaú. Pessoalmente, também estive na Cetesb nesta 3ª feira (28), que fez as mesmas observações, viu as fotos do lixão da vergonha e novamente prometeu se empenhar. Promessa que pouco anima, visto que o mesmo problema foi denunciado outras vezes à Cetesb meses atrás, por outros cidadãos, ainda sem providência.

A inércia dos órgãos de fiscalização e das autoridades ambientais se estende ainda às queimadas urbanas, de canaviais e de áreas de mata em Jaú, que se repetem diariamente, várias vezes ao dia. O Corpo de Bombeiros se vira como pode, quase sempre insuficiente para dar conta de tamanha demanda. Fiscalização municipal existe, mas pelo visto não para esse fim. E olha que o atual prefeito de Jaú, quando ainda vereador, desfilava pela cidade com álbum de fotos e cópias de denúncias de queimadas debaixo dos braços, prometendo agir impiedosamente contra esse crime. Bastou ser eleito para esquecer a promessa e, pelo jeito, perder o álbum.

Além de queixas por telefone e e-mail, o jornalista Hailton Medeiros, editor de HORAH, esteve pessoalmente na Cetesb Bauru, que prometeu se ‘esforçar para fiscalizar’ durante a pandemia (FOTO: HoraH)