PREFEITURA PODE TER DE INDENIZAR HOMEM QUE SE ACIDENTOU EM PONTE

Acidente causou ferimentos graves (FOTOS: Reprodução/Arquivo pessoal)

RESULTADO DA ENCHENTE DE 30/1, BURACO NÃO TINHA SEQUER SINALIZAÇÃO; vítima levou 19 pontos e prefeitura não ofereceu nenhuma ajuda

Armazenista de bobina, casado e pai de um menino de 7 anos, André Luiz de Oliveira Barbosa, 36 anos, amargou 12 dias de afastamento do trabalho enquanto se recuperava de graves ferimentos causados por acidente de moto. Como de costume, ele passava pela ponte sobre o Rio Jaú na rua Tenente Lopes, Centro, quando a roda da frente do veículo foi engolida por um buraco. “A moto ficou e eu voei por cima dela”, contou ao HORAH. Desacordado, ele só retomou a consciência no hospital, de onde foi liberado no dia seguinte.

Tudo aconteceu por volta das 22h30 do dia 9. André voltava da igreja e seguia para casa, no Cila Bauab, na Zona Norte. “Passei pela ponte como se não tivesse nada, porque não tinha nenhuma sinalização”, explicou. Um entregador de pizzas encontrou André caído, sangrando muito, e chamou socorro. Resultado: 19 pontos pelo corpo, sendo 14 na cabeça, 4 na testa e um no nariz, fora escoriações e uma forte pancada no quadril, “que ainda está dolorido”. Pior é que nesses 20 dias ele não foi procurado por ninguém da prefeitura, seja para oferecer uma cesta básica ou auxílio no tratamento médico e remédios.

Por causa dos ferimentos, André ficou 12 dias afastado do serviço (FOTO: Reprodução HoraH)
Advogada Daniela Rodrigueiro entende que vítima tem direito de ser indenizada (FOTO: Reprodução/Facebook)

“É um dever ser solidário quando você é o responsável pelo que aconteceu. Você tem o dever legal e também o dever moral de buscar a reparação do dano e minimizar as consequências dos seus atos”, pontuou a advogada Daniela Rodrigueiro, que em 31/1 acompanhou vistoria técnica nas pontes urbanas após a mega enchente do dia anterior, apontando a necessidade de intervenções naquele mesmo local. “Se não há conservação adequada ou manutenção, tem a responsabilidade objetiva. Consequentemente, a indenização é impositiva e deve ser buscada na Justiça”.

Como o problema na ponte também foi alertado pelo HORAH, por populares e até pelo vereador Chupeta nas redes sociais e a prefeitura sequer sinalizou o local, a advogada entende que houve um agravamento da situação. “Estamos falando de uma responsabilidade da prefeitura. Quando essa falta de cuidado caracteriza uma negligência, visto que ela tinha a informação do risco e esse risco se concretizou num acidente, sem dúvida nenhuma estamos falando de uma agravante que não tem como excluir”, finalizou Daniela.

Negligência da prefeitura após a enchente levou a um buraco gigante na cabeceira da ponte, que teve de ser interditada para reparos (FOTO: Reprodução web)

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