Laboratórios alegam falta de matéria prima; medicamentos são usados também para entubar pacientes
Um comunicado distribuído pela diretoria da Irmandade de Misericórdia do Jahu, mantenedora da Santa Casa, chamou a atenção para mais um problema de saúde enfrentado no País: a falta de medicamentos imprescindíveis. “Nós temos anestésico e relaxante muscular para trabalhar mais uns 10 dias, depois não sei como vai ser”, comentou o provedor Alcides Bernardi Jr em entrevista ao HORAH. O comunicado pede aos médicos para “somente agendar cirurgias em caso de extrema urgência”.
O problema seria a falta de matéria prima para produzir tais medicamentos nos laboratórios. “Estamos tentando comprar esses medicamentos há mais de um mês e não conseguimos”, justifica o provedor. O preço também disparou: na última compra feita pela Santa Casa, em Março, a unidade do anestésico saiu a R$ 4,12; no fim do mesmo mês “já queriam mais de R$ 8; agora nem pedido estão pegando, não sabem informar o preço e nós estamos aguardando”, disse Júnior Bernardi.
A demanda pelos produtos aumentou mundialmente com a pandemia de Covid-19, visto que os medicamentos são usados também quando é necessário entubar um paciente na UTI. “Se não tiver o medicamento, como faz pra operar o paciente? Como faz pra entubar, seja por causa da Covid-19 ou por qualquer outra doença? Não sei o que vai acontecer se continuar faltando”, declarou o provedor. Segundo ele, o fato já foi relatado pela Secretaria Estadual da Saúde ao Ministério da Saúde. “Esperamos que apareçam esses produtos. Era para entregar no começo desse mês, agora os laboratórios prometem que será no fim do mês, mas nem pedido estão pegando”, finalizou.
HORAH – Informação e Prestação de Serviço