
Cinco pessoas foram denunciadas por envolvimento com ‘organização criminosa’ que atuava dentro da prefeitura de Bariri, região de Jaú, entre eles agentes públicos, empresários, um advogado e um militar. Três deles estão presos e, conforme a denúncia de 117 páginas assinada pelos promotores Nelson Febraio Jr, Gabriela Salvador e Ana Maria Romano, devem ser condenados pela prática de diversos crimes e devolver nada mais nada menos do que R$ 11 milhões aos cofres públicos.
A denúncia tem a data da 4.a feira 4 e apresenta riqueza de detalhes de como a organização criminosa agia dentro do governo do prefeito Abelardo Simões Filho, o Abelardinho, para obter “vantagem de qualquer natureza”, inclusive em dinheiro (corrupção ativa e passiva). Foram formalmente denunciados à 2.a Vara Judicial de Bariri o empresário Paulo Ricardo Barboza, dono da Latina Ambiental, responsável pela limpeza pública da cidade e que está preso no CDP de Álvares de Carvalho; Abílio Giacon Neto, empresário e preso no CDP Bauru; Alexandre Gonçalves, capitão da PM de Limeira, recolhido ao presídio militar Romão Gomes em SP; Flávio Muniz Della Coletta, ex-chefe de gabinete da prefeitura; e o advogado jauense e ex-candidato a prefeito na última eleição, Giuliano Griso, ex-diretor de Obras da cidade.



O capitão da PM foi contratado pelo dono da Latina Ambiental por R$ 5 mil para ‘dar um susto’ em empresário de Bariri que estava denunciando fraudes na licitação da limpeza pública, mas exagerou, passando a agredir violentamente a vítima e, mediante ameaça com arma de fogo, roubar dela o telefone celular. Todos os demais denunciados teriam envolvimento em grau maior ou menor com a organização criminosa, “razoavelmente estruturada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagem de qualquer natureza mediante infrações penais”, relatam os promotores do GAECO.
As denúncias que constam da Ação Penal Pública são de organização criminosa (de 3 a 8 anos de prisão), fraude a licitação (4 a 8 anos), fraude na execução dos contratos (4 a 8 anos), corrupção (2 a 12 anos), coação de testemunhas (1 a 4 anos) e roubo (caso do PM, que tem pena de 4 a 10 anos de prisão). Os promotores dizem ainda que os acusados agiam com a participação de “outros agentes públicos do Executivo, cujas responsabilidades serão apuradas em separado”. O prejuízo causado aos cofres da prefeitura de Bariri foi estimado em R$ 1 milhão.
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