Promotores do GAECO denunciam 5 por envolvimento com ‘organização criminosa’ na prefeitura de Bariri

Da esquerda para a direita, da coluna de cima para a de baixo: Flávio Della Coletta (ex-chefe de gabinete); o prefeito Abelardinho; o empresário Abílio Giacon Neto; Giuliano Griso, ex-diretor de Obras; o capitão da PM Alexandre Gonçalves; e Paulo Ricardo Barbosa, dono da Latina Ambiental (FOTOS: Reprodução redes sociais e Noticiantes/Bariri)

Cinco pessoas foram denunciadas por envolvimento com ‘organização criminosa’ que atuava dentro da prefeitura de Bariri, região de Jaú, entre eles agentes públicos, empresários, um advogado e um militar. Três deles estão presos e, conforme a denúncia de 117 páginas assinada pelos promotores Nelson Febraio Jr, Gabriela Salvador e Ana Maria Romano, devem ser condenados pela prática de diversos crimes e devolver nada mais nada menos do que R$ 11 milhões aos cofres públicos.

A denúncia tem a data da 4.a feira 4 e apresenta riqueza de detalhes de como a organização criminosa agia dentro do governo do prefeito Abelardo Simões Filho, o Abelardinho, para obter “vantagem de qualquer natureza”, inclusive em dinheiro (corrupção ativa e passiva). Foram formalmente denunciados à 2.a Vara Judicial de Bariri o empresário Paulo Ricardo Barboza, dono da Latina Ambiental, responsável pela limpeza pública da cidade e que está preso no CDP de Álvares de Carvalho; Abílio Giacon Neto, empresário e preso no CDP Bauru; Alexandre Gonçalves, capitão da PM de Limeira, recolhido ao presídio militar Romão Gomes em SP; Flávio Muniz Della Coletta, ex-chefe de gabinete da prefeitura; e o advogado jauense e ex-candidato a prefeito na última eleição, Giuliano Griso, ex-diretor de Obras da cidade.

Em junho, quando o capitão da PM de Limeira agrediu, roubou e ameaçou com arma de fogo empresário de Bariri para que parasse de denunciar irregularidades na contratação da empresa de limpeza pública (FOTO: GAECO/Reprodução)
Apresentação pelos promotores do MP de como funcionava a organização criminosa instalada na Prefeitura de Bariri (FOTO: GAECO/Reprodução)
Na agenda do dono da Latina Ambiental, promotores encontraram anotações de propinas que teriam sigo exigidas pelo prefeito Abelardinho de Bariri, alvo de representação criminal e de Comissão Processante que pode cassar o mandato dele, na Câmara Municipal (FOTO: Reprodução/GAECO)

O capitão da PM foi contratado pelo dono da Latina Ambiental por R$ 5 mil para ‘dar um susto’ em empresário de Bariri que estava denunciando fraudes na licitação da limpeza pública, mas exagerou, passando a agredir violentamente a vítima e, mediante ameaça com arma de fogo, roubar dela o telefone celular. Todos os demais denunciados teriam envolvimento em grau maior ou menor com a organização criminosa, “razoavelmente estruturada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagem de qualquer natureza mediante infrações penais”, relatam os promotores do GAECO.

As denúncias que constam da Ação Penal Pública são de organização criminosa (de 3 a 8 anos de prisão), fraude a licitação (4 a 8 anos), fraude na execução dos contratos (4 a 8 anos), corrupção (2 a 12 anos), coação de testemunhas (1 a 4 anos) e roubo (caso do PM, que tem pena de 4 a 10 anos de prisão). Os promotores dizem ainda que os acusados agiam com a participação de “outros agentes públicos do Executivo, cujas responsabilidades serão apuradas em separado”. O prejuízo causado aos cofres da prefeitura de Bariri foi estimado em R$ 1 milhão.

HORAH – Informação é tudo