SECRETÁRIO PEDE PRA SAIR, PREFEITO PEDE PRA FICAR, DEPOIS O EXONERA E NÃO AVISA

SAIBA DETALHES DA DESELEGÂNCIA DE IVAN CASSARO COM O ‘AMIGO’ E ENTÃO SECRETÁRIO DE FINANÇAS DE JAÚ

Uma situação no mínimo constrangedora aconteceu na prefeitura de Jaú na 6ª feira (11), quando o Jornal Oficial publicou a Portaria nº 471 com a exoneração do secretário de Economia e Finanças. A bem da verdade, o advogado Luís Arato entregou a carta de exoneração ao prefeito Ivan Cassaro às 14h de 4/1, primeiro dia de expediente deste ano. De uma conversa amistosa surgiu o pedido para ficar até o fechamento do balanço de 2021, mas o tempo foi passando, veio a enchente do dia 30 e, sem jeito, Arato continuou.

Na última 5ª feira o prefeito teria ido à secretaria e pedido que Arato ficasse um pouco mais e, nesse tempo, fosse passando a rotina da pasta ao sucessor. Segundo apurou HORAH, ele viria de Mineiros do Tietê. Arato então teria concordado, observando que seriam os seus últimos dias no secretariado. O que Ivan não lhe disse, entretanto, era que a portaria da exoneração já estava pronta, que o titular seria o então assessor de Arato, Wagner Massoco, e, pior, com data retroativa ao dia 10 – justamente a data da conversa entre os dois.

Sem saber que já estava exonerado, Arato seguiu a rotina da pasta, assinou documentos, fez o envio de outros ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e de Justiça e até liberou pagamentos para a área da Saúde. Só no final da 6ª feira ele foi surpreendido pela edição 1039 do Jornal Oficial, correspondente ao período de 11 a 17/2, onde constam a exoneração dele e a nomeação de Massoco em seu lugar. HORAH averiguou que os atos de Arato não são nulos, podendo ser justificados pela data da publicação da portaria ou até mesmo por uma retificação da portaria, a posterior. O que não tem conserto nesse caso é a deselegância do prefeito.

HORAH tomou conhecimento extraoficial do pedido de exoneração de Arato, datada de 3/1. Pelo que se sabe, ele inicia o documento entregue ao prefeito com a seguinte observação: “Prezado Ivan, meu amigo, meu prefeito”. Em seguida, explica que inicia 2022 solicitando exoneração por questões pessoais e profissionais, dada a incompatibilidade entre a função pública e o desejo de retornar ao exercício da atividade profissional como advogado. No pedido de exoneração, um elegante Arato ainda se coloca à disposição “para colaborar para a transição” do cargo. Procurado pela reportagem neste sábado (12), Arato preferiu não comentar as informações.

HORAH – Contra fatos não há argumentos