SERTANEJO JURÍDICO: PROFESSOR DA UNIMAR USA A MÚSICA PARA ENSINAR LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Durante as aulas, os estudantes apresentaram os preceitos jurídicos presentes nas músicas sertanejas (Foto: Unimar/ Divulgação)

Um professor do curso de direito de uma universidade de Marília, a Unimar, inovou e propôs um desafio para os estudantes durante as aulas da disciplina de história do direito.

Os alunos do primeiro ano que estão retomando as aulas presenciais foram desafiados a encontrar músicas sertanejas que abordassem questões jurídicas.

Alunos da faculdade em Marília apresentaram a letra da música e depois abordaram os preceitos jurídicos relacionados (Foto: Arquivo pessoal)

E para surpresa do grupo, e de muita gente que é fã das músicas, o estilo musical é rico de conteúdos que remetem aos artigos da legislação brasileira e que puderam ser abordados durante as aulas.

“Eles pesquisaram mais de 30 músicas com aspectos jurídicos, desde as mais clássicas como outras mais recentes, do sertanejo universitário. Um dos exemplos, a música Regime Fechado, da Simone e Simaria, fala de adultério, que já foi crime no passado; direito de defesa, ou seja, o réu não pode abrir mão de ter uma defesa se ele não tem como pagar, tem que ser oferecido pelo estado. E o próprio regime fechado, com ele funciona”, explica o professor Jefferson Aparecido Dias.

Professor Jefferson, do curso de direito, propôs o desafio para os alunos em Marília (Foto: Unimar/ Divulgação)

A ideia surgiu a partir de uma tese de doutorado que foi orientada pelo professor onde foram analisados os aspectos democráticos de sambas-enredo.

A partir desse trabalho, Jefferson viu que outros estilos musicais também poderiam conter os preceitos jurídicos e o sertanejo foi escolhido por ser um estilo que está próximo da realidade dos jovens.

“Eles fizeram uma ampla pesquisa e são alunos do primeiro ano, que estão começando a estudar o direito e isso que é o mais legal. Eles toparam esse desafio e descobriram que os aspectos jurídicos estão mais presentes na nossa vida que a gente visualiza. Acho que esse é o grande legado da atividade, os alunos começaram a perceber o seu entorno e como os aspectos jurídicos estão presentes”, completa.

O professor destaca ainda que por ser a disciplina que apresenta a história do direito no país e no mundo, os alunos puderam com as músicas abordar a evolução das leis ao longo das décadas, como é o caso do feminicídio, que foi incluído no Código Penal em 2015, por meio da Lei 13.104 que alterou o código 121 que fala sobre os crimes de homicídio.

“Um dos grupos usou uma música da década de 1940, a Cabocla Tereza, que fala sobre feminicídio, mas em outro contexto em que nem existia o termo e a violência contra a mulher era vista de outra forma. E também uma música mais recente que aborda o mesmo tema e fizeram uma análise de como a lei evoluiu.” (com informações do G1)

HORAH – Você sabe das coisas