Sindicato diz que apoia greve se hospital não corrigir salários e desigualdades

Reunião no hospital em que diretoria falou da situação aos funcionários e representantes do Sindsaúde: discordância (FOTO: Sindsaúde/Divulgação)

A presidente do sindicato dos trabalhadores na saúde em Jaú, Edna Alves, disse que a diretoria do Hospital Tereza Perlatti “tira dinheiro do bolso dos funcionários”, paga menos para os mais antigos e ainda fala que tem “gratidão por eles”, que, dessa maneira, “ajudam a pagar as contas” da entidade. As informações fazem parte de nota distribuída pela assessoria de imprensa do Sindsaúde, referente a reunião entre representantes da entidade e do hospital com o Ministério Público do Trabalho (MPT) na 4.a feira (6).

O mesmo documento cita que o hospital, especializado em saúde mental, deixa de pagar mensalmente “de R$ 400 a R$ 600 a cerca de 200 funcionários” e com isso faz caixa para bancar outras despesas. “Ou seja, o trabalhador paga do próprio bolso para continuar trabalhando”, conclui. Diante da situação que perdura há anos e da falta de reajuste salarial, Edna diz que “o trabalhador não é dono de hospital e muito menos voluntário, precisa ter seus direitos respeitados, e, revoltado, está disposto a cruzar os braços”, o que contaria com apoio do Sindsaúde.

Edna ainda faz menção ao presidente do Perlatti, Antônio Aparecido Rossi, que teria pedido “um voto de confiança” e dito à Promotoria de Justiça que “sente gratidão por ter funcionários tão compreensivos”, que tem recebido menos de repasses do SUS e dos convênios com os governos do que realmente custa para manter os pacientes. Por fim, a sindicalista disse que Rossi afirmou que “se pagar (salários corrigidos) agora para todos, vai faltar dinheiro no fim do ano”.

A situação está sendo discutida no MPT após denúncia feita pelo Sindsaúde, que considera “discriminatória e persistente” essa prática do hospital Perlatti em relação aos trabalhadores, que “contraria a Constituição e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”. Diante da “defasagem muito grande entre o que o trabalhador recebe hoje e o que está previsto legalmente”, a entidade diz que vai respeitar e apoiar eventual opção por greve que venha a ser tomada pela categoria.

HORAH encaminhou solicitação de informações à presidência do Hospital Tereza Perlatti de Jaú e aguarda retorno.

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