Sindicato reclama do prefeito: “Se nos recebe, é sempre a mesma ladainha”

Edenilson diz que sindicato perdeu "a vontade até de conversar com o prefeito" de Jaú (FOTO: Reprodução WhatsApp)

Servidores vão para assembleia só com proposta de reposição da inflação e sem nenhum reajuste no tíquete-alimentação; “e tem dinheiro em caixa”, afirma sindicalista Edenilson de Almeida

Os servidores municipais de Jaú vão para a assembleia que decidirá se aceitam ou não a proposta do prefeito Jorge Ivan Cassaro para o dissídio deste ano, decepcionados. “É apenas a reposição da inflação do período, de 4,5%, sem reajuste algum no tíquete-alimentação, que era onde a gente tinha mais esperança”, lamentou Edenilson de Almeida, presidente do Sinfunpaem-Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais.

“E tem dinheiro em caixa”, afirma o sindicalista, lembrando que a folha representa “de 37% a 38%” do orçamento, portanto “com margem grande para trabalhar um reajuste decente”. Tanto que a administração tem concedido aumentos para diferentes categorias profissionais do funcionalismo nos últimos dois anos, que variaram de 10% a até 50%, “mas ainda tem muitas outras esperando e, pelo jeito, duvido que serão atendidas”.

A expectativa dos servidores era grande neste ano, mas o sindicato sequer foi recebido pelo prefeito, só pelo secretário de Governo, Paulo Ivo. “O prefeito não tem vontade alguma de receber o sindicato e discutir. E se recebe, é sempre a mesma ladainha: ‘Pedro roubou, João roubou, Fulano roubou… Eu poderia estar na minha empresa ganhando R$ 400 mil por mês, mas fico aqui ganhando R$ 20 mil/mês, que eu gasto de combustível’. Isso nos deixa sem vontade até de conversar com ele” – desabafa Edenilson.

A assembleia dos servidores está marcada para 19h desta 3.a feira 19, no salão de festas da Igreja NS Aparecida. “Espero comparecimento maciço dos servidores, porque só de associados ao sindicato são mais ou menos 1.400”, diz Edenilson. Como ele não pode restringir a assembleia apenas aos servidores de carreira, ela fica aberta à participação de todos, inclusive dos “250 a 300 comissionados, que a prefeitura manda pra lá, e que não ‘são’, apenas ‘estão’ servidores, mas podem votar”.

A justificativa da prefeitura para conceder só a inflação sobre os salários dos servidores é que 2024 é ano eleitoral e possui uma série de ‘vedações’ legais. Porém, Edenilson coleciona exemplos de cidades que concederam índices bem acima da inflação e outros benefícios aos trabalhadores, inclusive na região de Jaú. “Enquanto isso, nossos salários e o próprio tíquete vão ficando para trás”, lamenta.

Na atual gestão, servidores chegaram a votar greve no serviço público, mas a administração foi salva por causa dos comissionados, contrários à paralisação; hoje eles deverão estar novamente na assembleia para aprovar a proposta do prefeito para a categoria (FOTO: Reprodução HoraH)

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