Sindicato diz que há garantia dos secretários do Meio Ambiente e da Mobilidade Urbana de que coletores não terão perda de benefícios; se novo sistema não funcionar, eles podem voltar ao serviço
A ‘trairagem’ falou mais alto e a administração do prefeito Ivan Cassaro provou mais uma vez o quanto é traiçoeira com os servidores municipais. Depois negar reiteradas vezes qualquer mudança no sistema de coleta do lixo domiciliar de Jaú, e de atribuir comentários nesse sentido a “notícias falsas”, nesta 3.a feira 16 os 50 coletores municipais foram comunicados que serão “realocados para outras funções” nas secretarias do Meio Ambiente e da Mobilidade Urbana.
A nova empresa contratada por licitação para atuar no lixo iniciou processo de terceirização completa do serviço, ou seja, não apenas fornecendo caminhões e motoristas, como acontecia até então, mas disponibilizando também coletores próprios em substituição aos trabalhadores vinculados ao município. “Será feito teste de uma semana para a empresa provar que é capaz de prestar o serviço com a mesma excelência que os coletores, o que eu acho difícil só com 15 pessoas e cinco caminhões, se já havia dificuldade com 10 caminhões e 50 coletores”, comentou Edenilson de Almeida, presidente do sindicato dos funcionários públicos municipais.
Ele acompanhou a reunião dos secretários com os coletores na madrugada de hoje. “Estivemos lá para organizar e assegurar os direitos trabalhistas dos coletores”, disse ao HORAH, lembrando que os trabalhadores são contratados pelo Estatuto dos Servidores e não pela CLT. “Insalubridade e gratificações vão continuar sendo pagas da mesma forma. O que pode cair um pouco são as horas extras”, garantiu Edenilson. Mas ele mantém um pé atrás: “Pelo menos esperamos que a prefeitura mantenha a palavra empenhada pelos secretários Giovani Fabrício (Meio Ambiente) e Márcio PX (Mobilidade), o que não ocorreu dois dias atrás, quando negavam qualquer terceirização nesses serviços”.
De agora em diante os coletores vão atuar no recolhimento de galhos e inservíveis das ruas da cidade, no horto municipal e nas tarefas do dia a dia da Mobilidade, que tem carência de profissionais, segundo Edenilson. “Mas se a empresa terceirizada não der conta dos serviços do lixo, os coletores podem voltar”, reafirmou. Mensagens recebidas dos ex-coletores pelo HORAH ao longo do dia informavam que alguns contratados pela terceirizada não estavam aguentando o serviço, havendo relato até de trabalhador que “não aguentou correr o dia inteiro atrás do caminhão de lixo e começou a passar mal, a vomitar”.
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