“Uma grande mentira para blindar a prefeita”, avalia Borgo, após depoimento de assessor de Suéllen

O assessor de gabinete da prefeita, Leonardo, durante depoimento à Comissão na Câmara, perante o presidente Borgo e a vereadora Estela, vítima da espionagem (FOTO: Reprodução TV Câmara)

Membros da Comissão Temporária da Câmara de Bauru que acompanha investigações do Caso Hacker, com espionagem de adversários da administração municipal, não descartam pedir Comissão Processante para cassar o mandato da prefeita

O depoimento do assessor de gabinete da prefeita Suéllen Rosim à Comissão Temporária da Câmara de Bauru que acompanha o Caso Hacker, nesta 5.a feira 18, reforçou dois posicionamentos: de que ela sabia da espionagem de adversários da administração, e, portanto, houve quebra de decoro que pode levar à solicitação de uma Comissão Processante (CP) com pedido de cassação de mandato; e que o assessor se esforçou para proteger Suéllen de qualquer acusação neste caso.

Presidente Borgo concluiu que assessor mentiu para proteger Suéllen (FOTO: Reprodução)
Estela, vítima da espionagem, defende ideia de uma CP contra a prefeita (FOTO: Reprodução)

“Tudo demonstra que é uma grande mentira para tentar blindar a prefeita desse triste episódio que está acontecendo no município de Bauru”, concluiu o presidente da comissão, vereador e advogado Eduardo Borgo, quando HORAH solicitou que ele resumisse o depoimento de Leonardo Marcari. Segundo Borgo, o assessor é “braço direito da prefeita”, confirmou que foi ele quem entregou para a imprensa a nota pública de Walmir Vitorelli Braga (o cunhado de Suéllen acusado de contratar e pagar o hacker Patrick Brito para espionar adversários), que o fez “por amizade”, mas que “não viu o teor da nota” nem abordou o assunto com a chefe.

“Imagine que ele distribuiu o esclarecimento de alguém que já disse que teve contato com o hacker que espionou desde pessoas de Bauru até o ex-vice-presidente da República, e não levou os fatos à prefeita em momento algum. Nem depois de ser convocado para depor – e olha que a convocação foi para a prefeita!” – espantou-se Borgo. Chamou a atenção também o fato de Leonardo dizer que é amigo de Walmir, mas não sabe onde ele mora; não sabe nem onde mora a prefeita; e se negou a permitir acesso ao diálogo que teve com o cunhado de Suéllen sobre a questão.

Relator da Comissão Temporária, vereador Coronel Meira defendeu uma CP com pedido de cassação de Suéllen, porque a sequência dos fatos, segundo ele, derrubam a argumentação de que a prefeita não sabia de nada e reforça a tese de quebra do decoro do cargo. Membros da comissão, os vereadores Guilherme Berriel e Estela Almagro (vítima da espionagem), concordam com Meira. “Fazemos um apelo às autoridades com poder de investigar com quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático, para que possam ir a fundo nessas denúncias que são muito graves”, arrematou o presidente Borgo.

HORAH – A verdade dos fatos