VEREADORES APONTAM DIVERGÊNCIAS NA MORTE DE OPERÁRIO EM OBRA DO S. CRISPIM

Obra de drenagem no São Crispim começou dentro de condomínio fechado, onde já está pronta; do lado de fora, serviço ainda não acabou (FOTO: Secom/Divulgação)

COMO ‘HORAH’ JÁ DIVULGOU NO RÁDIO, VERSÃO DA PREFEITURA NÃO BATE COM OS FATOS NEM COM INFORMAÇÕES DO IML

 

A morte do operário Antônio Pedro da Silva, 45 anos, que trabalhava na obra contra inundações no Jd. São Crispim, em Jaú, está sendo questionada por meio de requerimento da oposição na Câmara. Divergências já apontadas no rádio por HORAH, após investigar o caso, estão na base dos questionamentos feitos pelos vereadores José Carlos Borgo, Mateus Turini e Luizinho Andretto.

No dia 24/9 o operário passou mal dentro da vala onde trabalhava, foi levado direto ao Pronto Socorro da Santa Casa, onde sofreu infarto e morreu, como divulgou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, ou não? A investigação jornalística apontou que Antônio foi levado primeiro à unidade de saúde do bairro e de lá para o hospital, com apoio do SAMU, onde já chegou morto – informação confirmada inclusive por fontes dentro da Santa Casa.

A nota distribuída pela Secom, portanto com caráter oficial: divergências (FOTO: Reprodução WhatsApp)

Antônio simplesmente passou mal, não conseguiu sair da valeta e foi socorrido, ou foi vítima de um soterramento, como consta da declaração de óbito do IML de Jaú, a que HORAH teve acesso? O documento cita desmoronamento de terra até os joelhos do operário (que pode não ter saído da vala por isso) e manchas indicando pressão forte no tórax, semelhante a uma tentativa de ressuscitação.

Se isso ocorreu na unidade de saúde, para onde teria sido levado primeiramente, é importante observar que ela não possui desfibrilador, aparelho que substitui a força manual aplicada sobre o peito do paciente em caso de infarto. Especialistas consultados por HORAH disseram que se tiver fratura de costelas, por exemplo, a manobra de ressuscitação manual pode trazer consequências a órgãos internos e até levar o paciente a óbito; com o desfibrilador isso jamais ocorre.

Borgo está entre os vereadores que questionam morte de operário: responsabilidade de quem? (Foto: Reprodução)

Os vereadores narram essas situações no requerimento que está na pauta da sessão legislativa desta 2ª feira (18) e fazem várias solicitações. Entre elas, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) da empresa responsável pela obra e da fiscalização da Prefeitura; porque o fiscal municipal da obra foi substituído (era um concursado, agora seria um comissionado); o diário da obra nos meses de agosto e setembro; a relação de funcionários, documento que prove treinamento de segurança no trabalho e entrega de equipamentos de proteção (EPIs) a eles; relatórios de visitas técnicas do fiscal municipal; cópia do atestado de óbito do operário. Além da Câmara, o caso também é alvo de inquérito policial em Jaú.

Mais problemas: com chuva no fim de semana, carro caiu em buraco não sinalizado na obra do São Crispim e dono teve de pagar guincho particular para remove-lo (FOTO: Reprodução redes sociais)

HORAH – A verdade dos fatos