Acordo põe fim a desentendimento entre Santa Casa e Prefeitura para Pronto Socorro continuar funcionando

Gerente-administrativa do hospital, Scila Carretero, e a secretária da Saúde Ana Paula: acordo anunciado oficialmente (FOTO: Reprodução vídeo)

Comitê com representantes dos dois lados e do Conselho Municipal da Saúde vai se reunir quinzenalmente para avaliar serviços; nota informando fim do convênio com prefeitura deixa de valer

Enfim, a paz. O direção da Santa Casa de Jaú e a Secretaria da Saúde chegaram a acordo para que o Pronto Socorro continue funcionando no sistema ‘porta aberta SUS’ para atendimento de toda a população. Dia 10/8, uma nota emitida pela diretoria do hospital anunciou o fim do convênio com a prefeitura em 60 dias, tornando o Pronto Socorro ‘referenciado’ — ou seja, ficaria disponível somente para pacientes encaminhados pelo sistema Cross, a central que regula oferta de serviços de saúde no Estado.

O que levou à decisão da Santa Casa não foi a questão financeira, visto que o convênio foi renovado recentemente com acréscimo de R$ 200 mil, totalizando parcelas de R$ 2,6 milhões mensais pagas pelo município para que o hospital ofereça atendimento ambulatorial à população; o problema estava no tratamento bruto e antiprofissional da secretaria da Saúde durante as fiscalizações no Pronto Socorro, chegando a ofender e humilhar trabalhadores do local.

“Isso foi conversado, então acredito que vai dar tudo certo”, explicou o provedor do hospital Alcides Bernardi Júnior em entrevista exclusiva ao HORAH no dia 24/8, já antevendo o acordo — atualmente ele está em férias. “A fiscalização da prefeitura continuará sendo feita, mas com pessoas qualificadas, talvez enfermeiras ou médicos”. Antes, até agentes de saúde exerceram a fiscalização sem o devido conhecimento do trabalho desempenhado no Pronto Socorro. Júnior também disse que um comitê formado por três pessoas do hospital, três da secretaria e uma do Conselho Municipal da Saúde se reunirá a cada quinzena, e não mais uma vez por mês, para avaliar e resolver qualquer situação pendente.

Nesta 4.a feira (6) à tarde, vídeo gravado pela gerente-administrativa da Santa Casa, Scila Carretero, e pela secretária Ana Paula Rodrigues, anunciou oficialmente o acordo da paz. “Após várias reuniões, queremos acalmar a população e dizer que o convênio em relação ao Pronto Socorro está mantido. Toda a questão técnica já foi resolvida”, explicou Scila, afirmando três vezes que a nota sobre o rompimento do convênio não teve nenhuma motivação financeira, só técnica, chegando a dizer que “o prefeito honra com todas as suas obrigações”.

Como foi noticiado anteriormente pelo HORAH, caso não tivesse o acordo, a prefeitura teria de montar o próprio Pronto Socorro fora do lugar onde ele funciona hoje e sem contar com a retaguarda oferecida pela estrutura da Santa Casa para os casos mais graves. Em nota emitida pela Secretaria de Comunicação em agosto, em resposta ao anunciado pela direção do hospital, o prefeito Jorge Cassaro garantiu que a população não ficaria sem atendimento ambulatorial e deu a entender que o município assumiria este serviço. Mas, pelo visto, avaliou a dimensão do problema, apelou para o bom-senso, voltou atrás e preferiu o acordo.

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