“Aguarde cenas do próximo capítulo”, diz Estela sobre denúncias de hacker apuradas pelo GAECO

Estela, a vereadora que o hacker confirmou ter espionado (FOTO: Reprodução vídeo)

Comissão Temporária criada pela Câmara de Bauru para acompanhar investigações que envolvem cunhado da prefeita Suéllen decreta sigilo para não prejudicar trabalho dos promotores de Justiça

A Comissão Temporária criada pela Câmara de Bauru para acompanhar as investigações do GAECO sobre denúncias do hacker Patrick Brito, de que foi contratado pelo cunhado da prefeita Suéllen Rosim para espionar redes sociais e a vida pessoal de desafetos políticos da administração, decretou sigilo nas apurações. As informações que começam a chegar são tão surpreendentes, segundo uma das vítimas da bisbilhotagem cibernética, vereadora Estela Almagro, que ela foi taxativa ao HORAH: “Aguarde cenas do próximo capítulo. Vai parecer série da Netflix (referência ao serviço de streaming por assinatura para filmes e séries via internet)”.

Postagem feita pelo site Contraponto, do jornalista Nelson Itaberá, também bisbilhotado pelo hacker (acima), que teria sido contratado por Walmir, o cunhado da prefeita de Bauru (FOTO: Reprodução)

A decretação do sigilo ocorreu “porque estamos recebendo informações dos advogados do hacker, e fazendo tratativas que exigem essa discrição, porque vamos trabalhar em cooperação com o GAECO”, acrescentou Estela. O grupo de ações especiais de combate à corrupção entrou nessa investigação por solicitação da própria Câmara, por meio de representação assinada por todos os vereadores de Bauru, após as acusações de ‘haking’ terem sido denunciadas na Casa pelo vereador e advogado Eduardo Borgo em 23/10.

Patrick Brito é de Araçatuba, foi preso na cidade após espionar políticos locais e, por causa de outro processo, encontra-se recolhido a uma prisão na Sérvia, país com o qual o Brasil não possui acordo de extradição. Por meio dos advogados que o defendem, o hacker denunciou o cunhado de Suéllen, Walmir Vitorelli Braga, de tê-lo contratado e pago para espionar adversários do governo de Bauru, entre os quais Estela e o jornalista e servidor da Câmara, Nelson Gonçalves ‘Itaberá’. Ele teria inclusive apresentado prova do pagamento feito de Bauru para a conta dele em Araçatuba.

Como a Justiça na Sérvia prevê que o detento seja libertado dentro de um ano, caso ainda não tenha sido julgado, Patrick acredita que será solto dia 23/12. Mas antecipou, através de carta manuscrita endereçada aos advogados para encaminhamento aos vereadores e imprensa de Bauru e região, confirmou tudo o que já havia declarado. O manuscrito foi reconhecido como autêntico pelo advogado Daniel Madeira, de Araçatuba, segundo o site Contraponto, de Nelson Itaberá.

“O que ainda está por vir é muito pesado. Aquilo que foi publicado até agora é só um aperitivo do que vem por aí”, garantiu Estela Almagro na manhã deste sábado (11) ao HORAH. Ela se referia às declarações já mencionadas do hacker e do manuscrito. Por causa das denúncias e investigações, o cunhado da prefeita foi exonerado de cargo na Assembleia Legislativa de SP, onde recebia quase R$ 15 mil mensais; Suéllen, por sua vez, se manifestou uma única vez para afirmar que não teve qualquer relação com este episódio.

A Comissão Temporária nomeada pela Câmara para acompanhar o trabalho do GAECO é integrado pelos vereadores Coronel Meira e Chiara Ranieri (União Brasil), Estela (PT), Eduardo Borgo (Novo, autor da denúncia feita durante sessão legislativa) e, agora, por Guilherme Berriel, que substituiu Manoel Losila (ambos do MDB).

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