Alta do arroz – SANZOVO FALA COM BOLSONARO E SUGERE SUBSTITUIR ALIMENTO PARA PREÇO CAIR

João Sanzovo foi destaque na mídia nacional nesta 4.a feira (9), após encontro com Bolsonaro em Brasília (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO / Reprodução)

Membros do governo pensam como ex-prefeito de Jaú, que preside a Associação Brasileira de Supermercados: “breve a normalidade retorna”

Após reunir-se com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes no Palácio do Planalto, em Brasília, o jauense João Sanzovo Neto disse que os supermercados não são os vilões da alta de alguns produtos da cesta básica e sugeriu, no caso específico do arroz, que seja substituído pelo macarrão para forçar uma queda de preço no mercado. “(…) deve ocorrer uma campanha para o brasileiro substituir o arroz pelo macarrão”, disse ao jornal Estadão, por exemplo.

Ex-prefeito de Jaú, Sanzovo é presidente da Associação Brasileira de Supermercados, a Abras, notificada nesta 4ª feira (9) pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, para explicar o aumento nos preços. Representantes de produtores de alimentos também foram notificados e ambos têm prazo de cinco dias para apresentar justificativas ao governo. “É lei de mercado, é oferta e procura”, afirmou Sanzovo, no que foi seguido inclusive por representantes do governo.

Sanzovo no G1 e no Estadão: opinião compartilhada por membros do próprio governo sobre alta de preço de alguns itens da cesta básica (FOTOS: Reprodução)

GOVERNO – “Não é possível falar em preços abusivos sem antes avaliar toda a cadeia de produção e as oscilações decorrentes da pandemia (do coronavírus)”, comentou Juliana Domingues, titular da Senacon. Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida atribuiu a alta de preço de alguns alimentos à “transferência de bilhões de reais” do governo para famílias pobres, “que começaram a usar esses recursos para comprar mais alimentos” e, com isso, “os preços deles aumentaram, o que era esperado”. Para Sachsida, trata-se de alta “transitória e localizada” e, “em breve a normalidade retorna a esse mercado”.

ESTRATÉGIA – Sanzovo embarcou de volta para São Paulo e depois Jaú às 18h33, quando respondeu a questionamentos do HORAH ainda no aeroporto de Brasília, por mensagens de WhatsApp. Ele disse que “se tem menos produto no mercado porque o produtor prefere exportar para aproveitar o câmbio que está alto e obter uma receita maior, o preço interno sobe”. Por fim, acrescentou: “Vamos orientar o consumidor que não estoque e substitua o arroz por massa, macarrão, para que o preço caia”, observou – a estratégia teria sido comentada inclusive com Bolsonaro e Paulo Guedes.

ALTAS – Em agosto o arroz teve alta de 3,08% em relação a julho e, no acumulado do ano, de janeiro a agosto, 19,2%. Outro produto que também subiu de preço foi o óleo de soja: 18,6% no acumulado do ano. Os números foram apurados pelo IBGE. A situação de hoje é semelhante à de 2014, no governo Dilma, quando o preço da carne disparou e o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda na época, Márcio Holland, sugeriu trocar o produto por alimentos mais baratos, como ovos e aves. Não demorou e os preços foram reacomodados.

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