ALUNOS PEDEM AFASTAMENTO DE PROFESSOR QUE FEZ PIADA SOBRE ESTUPRO

Professor Fábio durante aula online: polêmica (Foto: Reprodução TV Tem)

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE OURINHOS REPUDIOU ‘PRECONCEITOS’ E APURA FATOS PARA ‘EVENTUAIS PROVIDÊNCIAS’

Se pender de alunos e ex-alunos do curso de Direito do Centro Universitário das Faculdade Integradas de Ourinhos, Unifio, o professor e coordenador Fábio Alonso será afastado das funções. Em Carta Aberta publicada nesta 3.a feira (20), eles repudiam o fato de o professor tratar estupro com deboche e ter dito em aula online que por vezes a vítima ‘colabora’ com o crime dessa natureza.

“O que é mais fácil estuprar? Uma freira de hábito ou aquela menininha com a cinta larga? Fala pra mim. Que vítima colabora mais com a prática de crime de estupro? Eu estou falando em tom de brincadeira, mas eu quero que vocês imaginem isso” – declarou Fábio Alonso na aula, 3.a feira (13) da semana passada, para indignação de todos. A repercussão negativa das redes sociais foi imediata.

Campus da UniFio em Ourinhos: repúdio a discriminação e preconceitos, sem ainda definir providências (Foto: Divulgação)

Delegado aposentado, o professor deu outro exemplo jocoso: “Quem apanha mais? A mulher passiva, que fica quietinha, que vê quando o marido chegou de cara cheia, ou aquela que começa: “aí, bebeu de novo, trabalhar que é bom você não quer, né seu vagabundo? Quem apanha mais? A quietinha ou a bocuda?”

Na Carta Aberta, alunos e ex-alunos dizem que o professor tem costume de fazer ‘comentários desrespeitosos, principalmente com mulheres’, durante as aulas; que sabem a forma pela qual ele trata essas questões, de maneira ‘jocosa, debochada, em tom de piada’; e que a maioria se incomoda com essas declarações, mas que a reitoria nunca toma providências.

Agora que o caso ganhou repercussão na mídia a direção da Unifio se manifestou, repudiou “qualquer tipo de discriminação ou ato de preconceito”, e disse que apura os fatos para “tomar eventuais providências” no caso do coordenador do curso de Direito. “Não existe a parte da vítima nos casos de estupro”, retrucou ex-aluna, hoje advogada, ao atacar o comportamento do professor.

HORAH – Você sabe das coisas