- SITUAÇÃO NA CIDADE DESTOA DE TODA A REGIÃO; ESTADO VAI DETERMINAR ‘INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO’ PARA ENTENDER O QUE HOUVE
Em contato telefônico com o secretário da Saúde de Jaú, Rodrigo Brandão, o titular da pasta no Estado, Jean Gorinchteyn, disse que determinará a realização de um ‘inquérito epidemiológico’ para tentar entender o que deu errado na cidade para o número de óbitos por Covid-19 disparar tanto. A informação foi dada com exclusividade ao HORAH por Brandão na 2.a feira (8), após publicação de balanço das mortes em Jaú no último fim de semana e a comparação com as principais cidades da vizinhança.
Pois esses números pioraram muito mais ontem, com mais 9 mortes. Agora, a pequena Jaú, com pouco mais de 150 mil habitantes, totaliza 207 óbitos por Covid-19 desde o começo da pandemia do novo coronavírus, em março/20. Ou seja, a barreira simbólica dos 200 óbitos foi ultrapassada com folga, após a cidade registrar 50 mortes nos últimos 7 dias, média de 7,14/dia. Há ainda 3 óbitos suspeitos que aguardam resultados de exames laboratoriais e 83 mortes de moradores das cidades circunvizinhas encaminhados para tratamento em Jaú. Os números estão no boletim epidemiológico da Prefeitura, divulgado no início da noite de ontem.
Nos 7 últimos dias, conforme levantamento do HORAH, a cidade contabilizou mais 492 casos positivos de Covid, média de 70,28/dia, prova de que a doença avança rapidamente, apesar das medidas de contenção adotadas pela Saúde municipal. Não há divulgação pela Prefeitura sobre a média de idade dos mortos por Covid em Jaú, nem o período entre apresentarem sintomas, serem internados e irem a óbito, como fazem os demais municípios, o que dificulta um melhor diagnóstico da pandemia na cidade.
“Temos de investigar o que aconteceu no passado para chegarmos a essa situação tão crítica. Esse ‘inquérito epidemiológico’ determinado pelo secretário Gorinchteyn é fundamental para compreendermos tudo isso. Talvez tenha uma nova cepa do vírus na cidade ou alguma outra situação que ainda desconhecemos”, comentou o secretário Rodrigo Brandão. Ele admite também que o sistema médico-hospitalar está saturado, com profissionais exaustos e estrutura no limite, por isso acredita que a instalação de 97 novos leitos para Covid (28 de UTI) nos próximos dias contribuirá favoravelmente.
A comparação de Jaú com a região aumenta o susto e a preocupação com a Covid. Botucatu, com população idêntica à de Jaú, tem 87 óbitos (120 a menos) e ocupação de leitos hospitalares em 106%; Araraquara, cidade bem maior, contabiliza 129 óbitos (78 a menos); e Marília, na faixa dos 250 mil habitantes, chegou ontem a 185 mortes atribuídas à Covid, 22 menos do que Jaú.
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