“Caso de Bariri é quase de intervenção”, resume vereador sobre epidemia de dengue

Edcarlos entende que o poder público não reage e talvez o Estado tenha de intervir na saúde em Bariri (FOTO: Reprodução HoraH)

Nesta 5.a feira 14, a Câmara Municipal realiza Audiência Pública para discutir o avanço da dengue na cidade, com presença de autoridades locais e da Diretoria Regional de Saúde (DRS) de Bauru

Conhecido pelo posicionamento crítico e por não fugir dos temas polêmicos, o vereador Edcarlos dos Santos tem se mostrado “muito preocupado” com a crescente epidemia de dengue em Bariri, município de pouco mais de 30 mil habitantes na região de Jaú, que já contabiliza duas mortes oficialmente confirmadas pela doença e outras duas sob investigação da Saúde, além de uma quinta vítima cujo óbito é alvo de uma discórdia.

“Estou para dizer que o caso de Bariri é quase de uma intervenção. O Estado vai ter que intervir aqui se a gente quiser realmente ver alguma coisa acontecer”, declarou Edcarlos ao HORAH, logo após o anúncio do quarto óbito por dengue na cidade na 4.a feira 13, menos de uma semana depois de noticiada a terceira morte. Ele não enxerga outra saída: “O prefeito é como se fosse uma torneira espanada, que não adianta trocar o reparo, colocar borrachinha, tem que trocar a torneira. Não adianta pressionar, apertar e cobrar, porque o poder de reação não existe”.

Por mais que o prefeito Fernando Foloni (que era vice e assumiu a Prefeitura em 15/11 do ano passado, após cassação do titular pela Câmara) fale de ações em andamento contra o mosquito transmissor da dengue, o vereador entende que as medidas são muito tímidas e estão “impactando toda a cidade e a população”. “Desde que se sentou na cadeira, o prefeito não fez um mutirão de limpeza. Iniciou um e não concluiu, e está tendo de começar novamente. Solicitamos insistentemente o fumacê, uso de drones (para localização de criadouros do mosquito em quintais) ou nebulização em massa, contratação de mais pessoas para fazer o serviço, e nada acontece. O que temos é um poder público letárgico” – concluiu.

Edcarlos defende que imediatamente o prefeito Foloni se junte aos gestores das cidades vizinhas, igualmente expostas ao risco da dengue, e procurem ajuda do governador para o enfrentamento da epidemia.

O que também tem contribuído para assustar ainda mais as pessoas é que as vítimas da dengue em Bariri são muito jovens. Pela ordem, morreram pessoas com 64, 33, 21 e 52 anos, sem contar o óbito da menina Rute, 14 anos, que morava em Marília, foi passar férias em Bariri, onde contraiu dengue e morreu após transferência para hospital de Jaú. A morte dela virou alvo de disputa: Bariri diz que deve ser contabilizada por Marília, onde residia; Marília diz que é de Bariri, onde pegou a doença.

Audiência Pública será realizada no plenário da Câmara de Bariri (FOTO: Reprodução)

AUDIÊNCIA – Nesta 5.a feira 14, a Câmara Municipal de Bariri realiza Audiência Pública a partir das 19h para discutir o avanço da dengue na cidade e eventuais providências para conter a epidemia. Foram convidados o prefeito Foloni, todos os vereadores, a diretora de saúde Irene Chagas, representantes da Santa Casa e da Comissão Municipal de Combate à Dengue, Vigilância Epidemiológica e a Diretoria Regional de Saúde (DRS) Bauru. A participação da população é livre e muito aguardada nesta reunião.

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