Encurralada pela própria arrogância, a administração Jorge Cassaro não teve outra saída senão acompanhar diretores da Santa Casa de Jaú em audiência na Secretaria da Saúde em SP, na tarde desta 6.a feira (11), onde finalmente assinou a liberação de cerca de R$ 20 milhões de verba de custeio para o hospital. O dinheiro estava disponível desde 12/6, quando o provedor Alcides Bernardi Jr esteve com o secretário Eleuses Paiva para acertar a destinação dos recursos.
Ao ser informado da conquista da diretoria da Santa Casa, o prefeito teria se recusado a assinar a documentação pelo simples fato de não ter participado da audiência. Depois de quase 60 dias sem retorno, a Mesa Diretora do hospital emitiu nota na 5.a feira (10) solicitando rompimento do convênio com a prefeitura em dois meses, mesmo prazo para montar um pronto socorro municipal e desocupar o prédio atual. “Sem dinheiro a conta não fecha, não dá pra tocar o hospital só com conversa”, justificou Bernardi Jr ao HORAH.
Ao invés de apaziguar a situação, o prefeito reagiu horas depois com outra nota em que sugeria assumir o pronto socorro e oferecer atendimento “de melhor qualidade” à população. Como a reação foi maciçamente negativa, por volta do meio-dia de hoje foi distribuída mais uma nota garantindo que não haveria “interrupção na prestação de serviços” do pronto socorro. Mas a administração ainda mantinha a posição de contra-ataque, acusando a Santa Casa de “aparentemente (..) causar pânico na população”. Por fim, sustentou que o prefeito tinha protocolado em maio pedido para liberar “mais R$ 25 milhões ao hospital”, sem, entretanto, fazer referência aos R$ 20 milhões que a administração estava travando.
Apenas 3 horas e meia depois disso, dois secretários municipais foram à Secretaria da Saúde de SP com diretores da Santa Casa para finalmente assinara liberação dos R$ 20 milhões obtidos em junho. Marco Cipolla, da Assistência Social, e Ana Paula Rodrigues, da Saúde, representaram a prefeitura na audiência com Eleuses Paiva, na qual o hospital foi representado pelo vice-provedor Antônio Angelo Rossi, o popular Mosqueta, e a gerente-administrativa Scila Carretero.
“Agora tem o trâmite da papelada, então acredito que entre o final de setembro e o começo de outubro esse dinheiro deve chegar”, falou Bernardi Jr ao HORAH. A verba deve ser repassada de uma só vez e será usada integralmente para cobrir custos gerais do hospital. “Depois do feriado do aniversário da cidade (dia 15), acho que devemos sentar, conversar e ajustar essa situação”, comentou o provedor, aliviado com o desfecho dos fatos.
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