Faculdade de Medicina: Pedro Tobias defende protesto de alunos; diretora da FOB USP diz que é ‘oportunismo’

Pedro Tobias defende mobilização de alunos contra diploma da FOB para formação em Medicina (FOTO: Reprodução vídeo)

A solicitação do médico e ex-deputado Pedro Tobias para que formandos da primeira turma do curso de Medicina da USP Bauru façam protesto pela criação da Faculdade de Medicina de Bauru, faltando 13 dias para a colação de grau, foi chamada de ‘oportunista’ pela diretora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), instituição ligada à USP, Marília Afonso Buzalaf. Para ela, “não há demérito nenhum em se formar pela Faculdade de Odontologia, pois o que importa é a grife, a formação pela USP”.

A preocupação de Tobias é outra. “Corremos o risco de perder este histórico e inédito curso, ainda vinculado à Faculdade de Odontologia, se não tiver uma ampla mobilização para lutar pela implantação da Faculdade de Medicina, que significa mais autonomia e consolidação do curso”, disse o ex-deputado em vídeo distribuído no sábado 28, com grande repercussão. “Você, aluno formando, siga o exemplo de seus colegas do campus de São Paulo e faça uma manifestação em protesto contra o curso de Medicina vinculado à FOB”, enfatizou.

Tobias pede que os formandos não aceitem receber diploma da FOB, o que chamou de “falta de respeito com vocês e seus familiares”, e lembrou que “teve muita luta e participação ativa e efetiva de lideranças políticas, como do ex-governador Geraldo Alckmin e do ex-reitor da USP Antônio Zago, para conseguirmos aprovar no Conselho Universitário da USP o curso de Medicina” para Bauru. “Acordem alunos, políticos e sociedade!”.

Diretora Marília Buzalaf, da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) (FOTO: Marcos Santos/Reprodução HoraH)

A diretora Buzalaf discorda. “Não faltou mobilização para a criação da Faculdade de Medicina. Isso é uma luta de todos nós”, afirmou, observando que o vídeo de Tobias pode mais prejudicar do que ajudar. “Imagine se isso pega há 13 dias da colação de grau, como vão ficar aqueles que já deram entrada e só estão aguardando o diploma para conseguir o registro no Conselho Regional de Medicina?” — questionou. A criação da Faculdade de Medicina de Bauru chegou a ser pautada em reunião extraordinária do Conselho Universitário da USP, mas foi desmarcada, provavelmente por influência de professores membros do colegiado que se manifestaram à reitoria contrários à proposta. Por enquanto, perdura a indefinição.

HORAH – Você sabe das coisas