Financiamento de carros: vítimas registram B.O. e polícia investiga suposto golpista

Acusado de golpe agora é investigado pela Polícia Federal (FOTO: Reprodução/redes sociais - montagem HORAH)

O comerciante B.D., 33 anos, foi denunciado por várias vítimas por suposto golpe do financiamento de carros em Jaú. Dono de uma revenda de veículos na Av. Zezinho Magalhães, o homem é acusado de financiar ou refinanciar veículos em nome de terceiros e ficar com o dinheiro; sem saber da transação, as vítimas acabavam surpreendidas mais tarde por uma ordem de penhora do veículo por falta de pagamento. HORAH apurou que provavelmente um lavador de carros e ao menos dois funcionários de instituição financeira bancária podem ter agido em conjunto com o comerciante golpista.

Primeiro B.O. foi registrado na CPJ em Jaú (FOTO: Reprodução/Google)

O primeiro boletim de ocorrência (B.O.) teria sido registrado na 3.a feira (29) por nove vítimas do golpe, que compareceram à Central de Polícia Judiciária (CPJ), mas esse número não para de crescer. Um delegado confirmou à reportagem que estão sendo registrados outros B.O.s por meio da delegacia eletrônica e que a quantidade de vítimas pode ser muito maior. Até a conclusão desta reportagem, o acusado B.D. era dado como “foragido” pela polícia, que agora investiga o caso e começa a ouvir as vítimas. Nas redes sociais, são vários os vídeos e fotos do suposto golpista, sendo que em um deles ele aparece jogando um maço de notas de R$ 100 no chão, para mostrar que tinha dinheiro vivo no bolso.

O esquema funcionaria da seguinte maneira: a pessoa que pretendia comprar ou trocar o carro procurava o comerciante, que pedia os documentos dela e do veículo para fazer uma proposta de financiamento; eles iam juntos à instituição financeira, que ficava de avaliar o negócio; mais tarde, o golpista informava ao comprador que o financiamento não havia sido aprovado. Porém, com a documentação em mãos a transação era levada adiante em nome do suposto comprador, só que o dinheiro era embolsado pelo golpista e provavelmente dividido com os ‘colaboradores’. No caso do lavador de carros, ele ‘ajudava’ verificando documentos que ficavam no porta-luvas dos veículos. Entre as vítimas, HORAH identificou um conhecido proprietário de tradicional oficina mecânica da Vila Netinho. Por enquanto, ninguém ainda quis falar abertamente sobre o assunto.

Nem na polícia, onde o caso é muito recente e ainda está na fase inicial das investigações, nem nas redes sociais é possível dimensionar o tamanho do suposto golpe. Se o primeiro B.O. tem nove vítimas e outros estão chegando da delegacia eletrônica, também não dá para estimar a quantidade de pessoas lesadas. Mas os cálculos preliminares já são arriscados, variando de R$ 800 mil entre as primeiras vítimas a R$ 1,8 milhão com as novas que estão aparecendo agora. HORAH acompanha o caso, que ficará sob a responsabilidade do experiente delegado Nelson Henrique Jr.

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