MPF PEDE PERÍCIA EM GINÁSIO INTERDITADO POR FALHAS ESTRUTURAIS

OBRA CUSTOU R$ 800 MIL, FOI ‘INAUGURADA’ NA GESTÃO PASSADA EM JAÚ, MAS NÃO PASSOU NO CRIVO DO ATUAL GOVERNO (Foto: Prefeitura vistoriou obra no final de fevereiro – DIVULGAÇÃO)

O Procurador da República Marcos Salati recebeu laudos e imagens de supostos problemas estruturais no Ginásio de Esportes Vereador Leonardo Tumolim, inaugurado na gestão Rafael Agostini em setembro do ano passado, no extremo norte de Jaú, “e achou por bem pedir, com urgência, uma perícia completa nesse ginásio”, informou Márcio Almeida, secretário da Mobilidade Urbana e que acumula interinamente a titularidade da Secretaria de Projetos.

Segundo ele, “o telhado está com as barras de fixação soltas; o alambrado está fora do padrão e não recebeu solda corrida, apenas pontuada (podendo cair sobre as pessoas, se for forçado); o reboco está soltando da parede; há trincas e sinais de dilatação; e não foi feito o aterramento, o que significa dizer que se tiver uma descarga elétrica, põe em risco as pessoas que estiverem dentro do ginásio”. Vistoria técnica com profissionais e engenheiros do Município foi feita no final de fevereiro, atestando os problemas.

Secretário Márcio Almeida com pedaço de reboco na mão, após notar que ele está se soltando das paredes: serviço mal-feito (Fotos: Divulgação)
Em outros pontos, reboco aplicado nas paredes é tão fraco que não passa de areia e pode ser desmanchado com o toque dos dedos (Foto: Divulgação)
Engenheira Ana Luiza: “Interdição antes que aconteça um acidente” (Foto: Divulgação)

“Nós decidimos interditar o ginásio por tempo indeterminado, porque ele apresenta esses problemas na estrutura e nós não sabemos exatamente quais podem ser as consequências, já que se destina também para uso de crianças”, resumiu a engenheira Ana Luiza Grizzo Bertoldi, da secretaria de Projetos. Prudente, justificou: “Decidimos por bem interditar o local antes que aconteça um acidente”. O caso foi levado ao Ministério Público Federal (MPF) na última 6ª feira (12), por ter sido construído com recursos federais.

“Foram gastos quase R$ 800 mil de dinheiro público e a obra está cheia de problemas. É determinação do prefeito Ivan Cassaro não receber nenhuma obra sem uma vistoria minuciosa, para evitar expor a população a risco e para o Município não assumir responsabilidade com manutenção daquilo que foi mal executado e fora do contratado”, acrescentou Márcio Almeida. “O que constatamos foi com base em pareceres técnicos, não políticos”, advertiu.

HORAH – Você sabe das coisas