O tão esperado decreto do prefeito Rafael Agostini restringindo a reabertura econômica de Jaú nessa pandemia do coronavírus não saiu nesta 4ª feira (15). Ficou para amanhã, segundo integrantes do comitê de enfrentamento da pandemia na Prefeitura. O motivo não foi explicado, mas HORAH apurou que alguns setores da economia se revoltaram com a possibilidade de serem fechados novamente, enquanto outros poderiam permanecer em funcionamento.
“Não vamos aceitar de maneira alguma que eles classifiquem a gente como vilões, não vamos ficar calados. Sabemos muito bem onde está o foco do problema. Se tiver que fechar, que feche geral, tudo. Mandei um áudio pro pessoal da Prefeitura sugerindo um lockdown (termo em inglês que significa bloqueio total): supermercados, só com entregas delivery, postos de combustíveis só para ambulâncias”, reclamou o comerciante Nilson Ulrrich, dono de churrascaria, que tem liderado o setor da alimentação junto à Prefeitura.
Beto Pena, dono de rede de lojas de confecções e acessórios e presidente do Sincomércio, disse ao HORAH que concorda com as restrições pretendidas pela Prefeitura para fazer frente à piora dos indicadores da pandemia na cidade, mas quer manter o comércio aberto. “Não concordo com restrição de faixa Vermelha (em que tudo fecha), porque será um colapso econômico na nossa cidade. Nossa economia está no respirador. O ideal é ficarmos na faixa Laranja (onde funcionam, além dos serviços essenciais, também comércio, shoppings, escritórios, concessionárias e salões de beleza)”, comentou.
Sem uma entidade com personalidade jurídica que os represente, os donos de restaurantes e pizzarias dizem que brigam “da maneira como é possível” e que não vai se entregar. “Se eles (os demais setores) são uma nota de 100 (reais), somos 100 moedas de um (real). Temos o mesmo valor, mas com um peso muito maior”, reage Nilson Ulrrich. “Eles que pensem muito bem antes de tomar uma decisão, porque não vamos ficar calados. Estamos com os nervos à flor da pele”, avisa, pedindo “responsabilidade com o novo decreto, para não serem injustos com uma categoria, favorecendo outras”.
O novo decreto de Rafael passa a ser aguardado, então, para esta 5ª feira (16), para vigorar a partir da 6ª ou só na semana que vem. Diante das pressões, a situação está sendo revista e os números da pandemia revisados pela Prefeitura. Pelo lado da Saúde, pesam a quantidade de leitos de UTI disponíveis, a ocupação deles no momento e a evolução dos casos positivos de Covid na cidade nos últimos dias. “Os indicadores vinham bem, mas pioraram”, já adiantou o secretário Carlos Ramos, o Kakai, porta-voz do comitê da pandemia.
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