SITUAÇÃO DE ARARAQUARA É INDICAÇÃO DO QUE PODE ACONTECER EM VÁRIAS OUTRAS CIDADES, ONDE HOSPITAIS ACUMULAM DÉFICITS; Jaú corre atrás de apoio para evitar o pior
A prefeitura anunciou intervenção na Santa Casa de Araraquara no sábado 11. O prefeito Edinho Silva nomeou a secretária da saúde Eliana Honain para a função, que tem 10 dias para apresentar relatório com as primeiras providências tomadas e um diagnóstico apontando o que é necessário fazer para regular os atendimentos de saúde à população. Em grave crise financeira, o hospital vem acumulando déficit mensal em torno de R$ 2 milhões e sofre com a falta de profissionais e insumos.
A realidade da Santa Casa de Araraquara não é diferente de boa parte dos hospitais filantrópicos brasileiros — cerca de 300 deles fecharam as portas neste ano. Os administradores culpam diretamente o governo federal, que não reajusta a tabela SUS há 20 anos. No caso de Araraquara, cirurgias estão sendo adiadas ou canceladas, há filas de espera para internação e as cirurgias eletivas ainda não foram retomadas depois da fase aguda da pandemia. “Cabe ao município, como gestor pleno do sistema [de saúde pública], manter os serviços à disposição da população, com cooperação técnica e financeira da União e do Estado”, diz a nota da prefeitura.
JAÚ – Em Jaú também há muita preocupação com a Santa Casa, cuja direção já alertou para o acúmulo de déficits, tomou financiamento recentemente de R$ 10 milhões, promoveu reunião com vereadores na câmara para discutir suas dificuldades, procurou o DRS-Departamento Regional de Saúde em Bauru em busca de alternativas, tem recebido a visita de diversos deputados estaduais e federais para os quais solicita apoio na forma de emendas e está negociando a renovação do convênio com a prefeitura para manutenção do Pronto Socorro — atualmente, no valor de R$ 2,4 milhões/mes.
O novo salário aprovado para profissionais de enfermagem se tornou outra grande preocupação para a Santa Casa. HORAH apurou que cálculos preliminares teriam indicado aumento de mais ou menos R$ 1,6 milhão na folha de pagamento por mês, o que levou o vereador e médico Dr. Segura a comentar na câmara, semana passada: “Quero ver de onde vai sair esse dinheiro”. De acordo com ele, a conta não fecha porque “para cada R$ 1 gasto, o hospital recebe em média R$ 0,40”.
HORAH – A VERDADE DOS FATOS
