PRIMEIRO DIAGNÓSTICO EM POLICLÍNICA DA CIDADE FOI DE SARNA, SEGUNDO A MÃE DAS CRIANÇAS; só depois que o caso foi divulgado por HORAH que Secretaria da Saúde agilizou atendimento especializado
Dezessete dias depois dos primeiros sintomas, resultado de exame fica pronto e dá negativo para Varíola dos Macacos para os irmãos Davi, 6 anos, e Ryan, de 8. Eles moram em Jaú e a mãe Juliana Rebeca Alves, 27, aguardava ansiosa para saber o que acometeu os filhos com todos os sintomas da doença, tanto que eles foram colocados no isolamento domiciliar, deixando inclusive de frequentar a escola, desde que foram consultados pelo serviço público de saúde de Itapuí, a 20 quilômetros de distância, no dia 22/10. As primeiras indicações de que havia algo de errado com os meninos foram detectadas pela mãe no dia 17 e, dois dias depois, após febre alta, ela procurou a Policlínica do Bernardi em Jaú, próximo à residência dela, que fica no Cidade Alta, onde “disseram que era sarna”.
Como a situação não melhorava e as crianças apresentavam pústulas (bolhas) em várias partes do corpo, ínguas e febre, a mãe pediu socorro ao HORAH, que levou o caso à direção da Santa Casa e as crianças foram atendidas no feriado de Finados (2) com toda a segurança de saúde necessária, o que incluiu transporte por ambulância e profissionais devidamente equipados para evitar contaminação. “A doutora falou que acha que não é (Varíola dos Macacos), mas não pode descartar porque já passaram muitos dias e pode estar na última fase da doença, vamos dizer assim”, relatou Juliana após o atendimento. Os hemogramas feitos no feriado não deram nada, o que reforçou a necessidade de aguardar o exame para contaminação pelo vírus monkeypox.
Depois que a notícia foi divulgada no portal de jornalismo ontem, e no programa de rádio do HORAH em Jaú nesta 5.a feira 3, a Secretaria de Comunicação da prefeitura emitiu nota informando que o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde fazia “o monitoramento da família, conduta adotada desde o dia 24 de outubro” (segundo a mãe, esse trabalho era feito somente por telefonemas a ela). E que vinha mantendo “contato constante com o laboratório em São Paulo para onde a coleta de material das crianças foi enviado” pelo serviço de saúde de Itapuí. Pois hoje, exatamente às 15h16, a mãe Juliana informou ao HORAH por mensagem de aplicativo: “Deu negativo. Glória a Deus”. Foi o resultado dos exames realizados no Instituto Adolfo Lutz, aos quais a reportagem também teve acesso imediatamente.
Também hoje, a Saúde disponibilizou uma médica para atender os irmãos Davi e Ryan, como relatou Juliana por mensagem ao HORAH, às 14h39: “Estamos esperando a médica, a secretária da Saúde mandou passar eles por ela hoje”. Depois, acrescentou que a médica informou que os meninos podem deixar o isolamento na 2.a feira 7, e que “pode ter sido Varíola, mas como está seco já não dá pra ter diagnóstico sem exames”. O resultado final do Adolfo Lutz aliviou a mãe, mas não apagou a falta de atenção da Saúde para o caso. “Quem avisou as escolas fui eu, porque não foram notificadas por ninguém. Se eu não tivesse avisado as escolas não saberiam”, relatou a mãe — os meninos estudam na CMEI Abel de Carvalho, no Villagio de Roma, e na escola Eidmar Sancinete, no Residencial Frei Galvão.
Juliana já havia explicado que levou os filhos para serem atendidos em Itapuí porque no dia 22/10, quando foi ao pronto socorro da Santa Casa, “estava lotado e demorando muito”. Como ela já morou em Itapuí e as crianças possuem prontuário no serviço de saúde de lá, não pensou duas vezes em tentar pôr fim ao sofrimento dos meninos. Assim que foi levantada a hipótese de Varíola dos Macacos e coletado o material para exame, a Secretaria da Saúde de Jaú foi comunicada — o que teria sido feito na 2.a feira seguinte, dia 24/10. Como nada se resolvia e as crianças eram mantidas no isolamento, além do HORAH a mãe procurou ajuda também com o vereador Rodrigo de Paula (PP), que procurou agilizar procedimentos junto à Saúde em Jaú.
HORAH – A verdade dos fatos
