Sem nenhum comunicado, Cremesp fecha delegacia de Jaú depois de 32 anos

Dr. Paulo De Conti, liderança médica jauense, inconformado com fechamento da delegacia do Cremesp na cidade: "retrocesso" (FOTO: HoraH)

Órgão fiscaliza serviços médicos, clínicas e hospitais; com fechamento na cidade, classe médica e população passam a depender de Bauru

Sem mais nem menos, inclusive sem qualquer comunicado prévio, o Cremesp – Conselho Regional de Medicina de SP fechou a delegacia regional do órgão em Jaú. “Simplesmente encostou um caminhão na quarta-feira passada, carregou móveis, computadores e tudo, e levou embora”, comentou Dr. Paulo De Conti, uma das principais lideranças médicas de Jaú, presidente da Unimed Regional e superintendente do Hospital da Unimed, inconformado com o que aconteceu.

Dr. Paulo falou ao vivo ao HORAH JAÚ nessa 3.a feira 28 (FOTO: HoraH)

A delegacia do Cremesp Jaú funcionava há 32 anos. “Se nessa época cabia uma delegacia do Cremesp em Jaú, por que agora não? Isso é um tremendo retrocesso, é inadmissível. Nós, médicos, temos que nos debater, temos que nos manifestar contra essa decisão absurda”, indignou-se Dr. Paulo. “Tá errado isso. Tem que espernear. Todo médico tem que se manifestar, mandar e-mail lá pra diretoria do Cremesp em São Paulo repudiando essa medida, que nos consideramos arbitrária”.

Até então delegado do Cremesp Jaú nomeado por SP, Dr. Manoel Dias sequer foi informado da desativação em Jaú e também foi pego de surpresa, o que configura desrespeito com o profissional e com a cidade. “Ele deveria ter sido avisado, mas foi de uma vez. Ficou uma situação no mínimo estranha”, condenou Dr. Paulo De Conti. Após entrevista exclusiva dele ao HORAH JAÚ na 3.a feira 28, começou uma mobilização para abaixo-assinado que será encaminhado ao Cremesp SP e que conta com apoio inclusive da APM – Associação Paulista de Medicina de Jaú e da central, em SP. “Vamos nos mobilizar para tentar reverter essa situação”, comentou Dr. Édion Fagnani Jr, presidente da APM Regional.

Dr. Paulo com o secretário da Saúde Eleuses Paiva e o presidente da APM Jaú, Dr. Edion Fagnani Jr em evento em SP: hora de mobilizar todo mundo para salvar o Cremesp na cidade (FOTO: Reprodução)

A perda do Cremesp na cidade significa não ter mais a autarquia que fiscaliza o exercício profissional da medicina, que investiga casos suspeitos de erro médico, que concede alvarás para estabelecimentos de saúde e faz fiscalização de clínicas, consultórios, laboratórios e hospitais. Agora Jaú passa a depender da delegacia de Bauru, que fica a 50 quilômetros de distância, o que os médicos consideram “fora de mão e muito dispendioso”.

O que também surpreende é fechar o Cremesp em uma cidade que é um centro de referência médica, que possui quatro grandes hospitais (inclusive o Amaral Carvalho, maior da América Latina para o tratamento do câncer) e que também tem faculdade de medicina. Jaú é sede de microrregião com 11 municípios, sendo que alguns têm hospital também, e onde se estima que trabalhem cerca de 600 médicos. “Jaú não pode perder um avanço que conseguiu há 32 anos. Isso é inadmissível!” – concluiu Dr. Paulo De Conti.

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