SOLDADO DA PM QUE DENUNCIOU COLEGAS POR HOMOFOBIA É TRASNFERIDO PARA PEDERNEIRAS

Na imagem acima estão duas postagens. À esquerda está a montagem feita com um emoji de berinjela sobre o rosto do filho do soldado Guilherme Ferreira. À direita, a foto original que foi retirada sem autorização do Instagram da mulher dele (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O soldado da Polícia Militar que acusou colegas de homofobia no final de maio conseguiu transferência para o Batalhão da PM do interior de SP e está trabalhando na cidade de Pederneiras, que fica 32,5 km de Bauru, cidade onde sua família mora.

A transferência ocorreu no dia 3 de novembro e, segundo Guilherme Ferreira Vicente, apesar dele ter entrado com um pedido de mudança para o batalhão de Bauru, a transferência não teve relação direta com a denúncia e o procedimento aberto pela PM para apurar o caso.

“Eu recebi o convite de um capitão porque surgiu uma vaga na minha cidade e fiz a entrevista com ele e deu certo essa transferência. E foi uma grande oportunidade, estou trabalhando em Pederneiras que fica pertinho, 20 minutos de Bauru, estou praticamente em casa”, afirma.

No dia 26 de maio deste ano, Guilherme postou um vídeo nas redes sociais para denunciar os colegas, que fizeram insinuações sobre a sexualidade dele ao colocarem um emoji de berinjela em uma foto em que ele aparece segurando o filho então recém-nascido com a esposa.

Soldado da PM em SP quer transferência para Bauru para ficar perto da família (Foto: Guilherme Ferreira Vicente/Arquivo pessoal)

O soldado contou que a família ficou muito abalada com a “piada”, por envolver não só a questão da orientação sexual dele, mas o filho do casal que nasceu prematuro de 33 semanas.

Após o ocorrido, Guilherme passou a exercer funções administrativas na capital paulista até conseguir a transferência neste mês de novembro.

Ofensas homofóbicas

Segundo Guilherme, que integrava o 13º Batalhão da PM, da Companhia Tática Nova Luz, na capital paulista, colegas, inclusive alguns que atuam no mesmo local, copiaram sem autorização do Instagram da sua mulher uma foto na qual ele aparece segurando o filho recém-nascido.

Depois, fizeram uma montagem sobre ela, respostando a imagem em diversos grupos de policiais militares com um emoji de berinjela com óculos escuros no lugar do menino.

De acordo com o soldado, a intenção de quem fez isso foi a de insinuar que o legume representa um pênis e que ele é gay por isso. Por tabela, o soldado afirmou que teve conhecimento de os xingamentos homofóbicos contra ele também atingiram a comunidade LGBTI+, a ofendendo.

Guilherme, que é casado com uma mulher e se apresenta como heterossexual, soube da postagem depois que ela passou a ser compartilhada pelos policiais e virar meme.

Além disso, o soldado também acusou o sargento de postar um vídeo de 6 segundos, em que o PM gravou para perguntar a seus fãs se eles gostavam de berinjela, seguido de um print com mensagens que associam o legume a um pênis, em uma crítica ofensiva aos gays.

No vídeo em que reclama do compartilhamento das imagens pelos colegas, o PM mostra figurinha postada num grupo se referindo ao post dele com a berinjela: “Quando esse aí peida, sobe o cheiro de Jontex”, alusão ao nome de um preservativo masculino.

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que assim que tomou conhecimento do vídeo divulgado pelo soldado instaurou Inquérito Policial Militar para apurar a denúncia feita nas redes sociais e que esse procedimento está em fase de instrução.

Informou também que Guilherme foi remanejado para serviço administrativo do 13º BPM/M, atendendo a pedido de seu interesse. Confirmou também que havia um pedido de transferência para o Batalhão de Bauru registrado em julho desse ano.

HORAH – Você sabe tudo